quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A nova (velha) família Scolari

Ser técnico da Seleção Brasileira de futebol, disparadamente, é bem mais trabalho que assumir a presidência do País, não tenho dúvidas.

Você pode fazer o melhor trabalho do mundo, mas sempre haverá alguém (ou milhares) questionando seu trabalho, suas escolhas e os caminhos rumo às conquistas.

Felipão tenta reedita time experiente, mas com caras novas

O fato é que nós, brasileiros, ficamos mal acostumados. Por décadas lideramos o ranking da Fifa de melhor seleção do mundo, participados das 19 edições, ganhamos cinco vezes o mundial e sempre lançamos ao mundo da bola craques inquestionáveis.

No entanto, desde 2002 nosso futebol não foi mais o mesmo. Tivemos uma entressafra de jogadores, tivemos maus resultados no cenário mundial do futebol e ficamos para trás, apresentando um futebol sistemático, feio e chato. Em contrapartida, a Espanha que durante muito tempo não era uma potência no mundo da bola, assumiu o papel do Brasil, encantando com um jogo de muitos toques e posse de bola, como jogadores de qualidade.

Depois da decepcionante Copa de 2010, Dunga foi demitido e todos apostavam na renovação da Seleçao, ainda mais com o surgimento de atletas como Neymar, Ganso, Pato etc.  Aí convocaram Mano Menezes para ser o salvador da pátria e não deu certo.

Mano não conseguiu dar uma cara ao time e as constantes experimentações não deram em nada. Aí, às vésperas da Copa da Confederações, que será disputada no Brasil, chamam Felipão e Parreira para tentar consertar as coisas.

E, como era esperado, Felipão em sua primeira convocação resolveu misturar jogadores experientes com novatos, buscando visivelmente reeditar a tal ‘família Scolari’ de 2002, última equipe a ter algum respeito futebolístico nos últimos dez anos.

Acho que Felipão está certo ao mesclar experiências. Faltava à seleção de Mano atletas que pudessem dividir a responsabilidade com Neymar. Entretanto, discordo das escolhas dele. Não sei se, atualmente, o goleiro Júlio César tem futebol para assumir o gol da seleção, já que fez péssimas campanhas nas últimas temporadas. Ronaldinho Gaúcho fez um ótimo Brasileirão em 2012, mas nunca teve o mesmo nível de atuação na seleção, isso desde 2002. Só não questiono Luís Fabiano e Fred. Embora sejam atletas com altos índices de contusões, entrando e saindo constantemente do departamento médico, têm números que os garantem um lugar na seleção.

Dos outros convocados, somente Neymar e Paulinho são incontestáveis. Os outros, ao longo dos últimos anos, foram conquistando espaço e, se não bobearem, estarão na equipe que disputa a Copa em casa.

Não dá para criticar o trabalho de Felipão antes mesmo de ele começar, mas ressalvas podem ser feitas. No entanto, vai ser em campo que ele – o técnico que ajudou a levar o Palmeiras à série B – provará se a reedição da nova (velha) família Scolari é a melhor opção. Veremos...

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