sábado, 31 de dezembro de 2011

2011, uma retrospectiva




Em 2011 chegamos à triste realidade de que nós, brasileiros, momentaneamente, não somos mais donos do melhor futebol do mundo. Embora brilhem craques aqui e acolá, no conjunto, nos falta aquele brilho capaz de fazer o mundo inteiro se dobrar de joelhos à nossa superioridade. 

Somos da geração que viu Ronaldo Fenômeno ganhar duas copas, umas delas jogando brilhantemente quando o mundo inteiro achou que ele não seria capaz. No entanto, também somos a geração que viu o mesmo craque encerrar precocemente a carreira porque seu corpo não aguentava mais. E como ele mesmo disse: " foi lindo pra caramba..."

Somos a geração que viu surgir na Vila famosa mais uma boa fornada de craques – Ganso e Neymar – que vai ainda dar muito o que falar. Em bem pouco tempo, eles serão os donos do mundo da bola e, orgulhosamente, bateremos no peito e diremos: "Eles são brasileiros!".

E quando todos pensavam que o mundo da bola estava perdendo seu encanto, com todo o pragmatismo da vitória simples sem brilho e encanto, tivemos o grande prazer de ver o Barcelona mostrar a nós, meros mortais e amantes do futebol, que sim, é possível, ver o futebol ser simples e bonito...como num carrossel. E, com orgulho, no futuro, diremos a nossos netos: "Sim, eu vi o Barcelona de Messi, Xavi e Iniesta jogar".

Somos a pátria que chora a morte prematura de ídolos que nunca deveriam morrer. Mas também somos a pátria e a geração, que dá adeus a esse Doutor da bola da melhor forma possível: num domingo de jogo e com o seu Corinthians campeão.

2011 foi um ano de grandes emoções...Mesmo que a canarinho tenha ficado em dívida, com certeza, nós, apaixonados por futebol nos divertimos muito! Afinal, o que importa mesmo é que a bola e a emoção continuem sempre rolando.... E que em 2012, possamos voltar a nos orgulhamos do nosso futebol!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

As Copas que mudaram o destino do Brasil no futebol





Quem não daria tudo para estar no Maracanã naquele fatídico 16 de julho de 1950? Será que a sorte da Seleção Brasileira mudaria se um de nós estivesse lá? Dificilmente...

E quem de vocês não faria de tudo para ver a Hungria de Puskas na Copa de 1954? Pois é, poucos tiveram esse privilégio. Mas Armando Nogueira, Roberto Muylaert e Jô Soares foram agraciados e puderam ver tudo isso de perto. E o melhor, escreveram uma obra deliciosa sobre essas copas que remetem exatamente ao título do livro: A copa que ninguém viu e a que não queremos lembrar.

O interessante é que o livro escrito a seis mãos traz as impressões pessoais dos autores sobre as duas copas, tornando a leitura prazerosa e elucidativa.

Para os jovens que sabem apenas das histórias contadas por seus avós, a leitura vale à pena. Afinal, nunca é demais o aprendizado sobre a época áurea do futebol nacional.

No entanto, mais do que lições, a obra de Nogueira, Muylaert e Soares mostram como foi essencial para o Brasil perder duas copas para aprender a ganhar e, posteriormente, tornar-se hegemonia do futebol mundial. Daqueles livros para ler de um só fôlego!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O eterno Xodó da Fiel tem sua história contada em livro



Se você tem mais ou menos 30 anos, certamente viu Neto jogar e sabe que, mesmo controverso em campo, foi um craque.

Ídolo da Fiel torcida e símbolo da conquista do primeiro Campeonato Brasileiro do time do Parque São Jorge, Neto agora tem sua vida dentro dos campos passada a limpo, no livro Eterno Xodó, de autoria dos jornalistas Renato Nalesso e Fabricio Bosio.

Logo na apresentação da obra, os autores resgatam a genialidade do jogador, considerado fora de série pela imprensa no início dos anos 1990; um ídolo de uma geração de craques, verdadeiros maestros da técnica, derrotados pelo pragmatismo da modernidade. 

Como jogagor, Neto ficou conhecido por dois momentos distintos: a glória da conquista do primeiro título brasileiro do Corinthians e a cusparada no árbrito José Aparecido de Oliveira, durante um clássico entre alvinegros e alviverdes no estádio do Morumbi, em 1991. Depois de pendurar as chuteiras, tornou-se um dos comentaristas esportivos mais polêmicos da atualidade – tão imprevisível quanto o jogador de outrora.

Uma deliciosa leitura os fãs de Neto, e, claro, para os apaixonados pela bola, dentro e fora dos campos.

O lançamento é hoje, 15 de dezembro, a partir das 18h30, no Frei Caneca Shopping - Rua Frei Caneca, 569 – piso 3)

Eterno Xodó – obra lançada pelo selo EDU, da Primavera Editorial – contará com uma sessão de autógrafos, com a presença do jogador, em 15 de dezembro, a partir das 18h30. Além dos autores, Renato Nalesso e Fabricio Bosio, o ex-jogador estará presente para autografar o livro. Compareça!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Democracia corintiana volta às livrarias



Está de volta às estantes das livrarias um livro que conta uma história ímpar do futebol brasileiro. Afinal, em plena ditadura a maior equipe do futebol paulista incluiu em suas fileiras a democracia.
 
Para quem não sabe, em 1982, após dezoito anos de ditadura e décadas de mandonismo nos esportes, o Parque São Jorge, sede do Corinthians, respirou ares de liberdade. Uma experiência liderada por Sócrates, diversos outros jogadores e a diretoria do clube tornou-se a grande novidade futebolística do ano: a Democracia Corintiana. 

 
Democracia corintiana: a utopia em jogo, obra escrita pelo jornalista Ricardo Gozzi e por Sócrates, o grande nome desse período no Corinthians, resgata os eventos em torno de um movimento que mesclou aspectos políticos, sociais, culturais e esportivos. Enquanto Sócrates recuperou suas memórias do Corinthians democrático, Gozzi tratou de pesquisar o contexto histórico do movimento e entrevistar seus mais destacados protagonistas para montar este livro repleto de histórias surpreendentes. 
 
Em sintonia fina com o período de abertura política vivido no Brasil no início da década de 1980, a Democracia Corintiana atraiu simpatizantes e detratores. Três décadas depois, a Democracia Corintiana ainda é um assunto debatido com paixão nas rodas de futebol.

Mais que um resgate histórico, o livro mostra ser possível romper com o atual modelo retrógrado e corrupto do futebol brasileiro para, enfim, moralizá-lo.

Democracia corintiana: a utopia em jogo inclui um conjunto de fotos em cores e em preto e branco de Sócrates e outros participantes do modelo democrático de gestão do futebol.

O relançamento deste livro é mais homenagem a Magrão, e obviamente, atende a pedidos de seus muitos fãs. A obra volta às livrarias hoje, 14 de dezembro e agora também conta com uma versão em ebook. 
 
Leia, pois além de aprender sobre futebol, você vai aprender sobre a história do Brasil. Para todos os gostos!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Campeão na raça e no coração



Todo clube de futebol tem uma identidade. A do Corinthians sempre foi a raça.

Grande parte das vezes, em suas conquistas, o time do Parque São Jorge precisou contar com a raça e a determinação para chegar ao título. 

São memoráveis as conquistas decididas nos últimos minutos, depois de grandes períodos de jejum, com gols mágicos e antológicos que fizeram explodir a Fiel torcida nas arquibancadas.

Em 2011, como não podia deixar de ser, foi assim. O Corinthians sagrou-se pentacampeão brasileiro nos últimos minutos, quando lá no Rio de Janeiro, o Flamengo sacramentou o empate com o Vasco, garantindo à equipe alvinegra mais uma conquista.

Muitos irão contextar o modo como o Corinthians foi campeão. Afinal, não mostrou em campo um futebol de sonhos, mas sim um futebol eficiente capaz de vencer as partidas e somar os pontos na tabela. Das 38 rodadas do campeonato nacional, o time da Fiel foi líder em 27 rodadas. Dá para discutir isso? Não.

O que importa para o torcedor corinthiano, que acompanhou o time em massa – com a maior média de público da temporada – é ver a equipe mostrar raça e coração. E foi isso o que levou o Corinthians ao título. Afinal, quando mais precisou vencer, foi buscar na determinação e na valentia gols salvadores, como o de Adriano, ao 43 minutos do segundo tempo, contra o Atlético Mineiro.

E em 2011 foi assim. Depois de uma eliminação precoce na pré-Libertadores, com o desmonte do time perdendo suas principais estrelas – Roberto Carlos e Ronaldo, o Corinthians ressurgiu das cinzas numa vitória emblemática contra o Palmeiras. 

Foi a raça e o coração, os principais combustíveis para o time, pois ouviu das arquibancadas o grito fiel e apaixonado de seu décimo segundo jogador: a torcida.

E como não poderia ser diferente, o torcedor corinthiano teve que lidar com sentimentos dissonantes no domingo passado, ou seja, a dor de perder um grande ídolo como Sócrates, e a alegria de ser o melhor do Brasil naquele ano. E de uma maneira bonita e impressionante, a Fiel homenageou Magrão, arrepiando brasileiros em todos mundo. E pôde explodir depois de 90 minutos num grito abafado e emocionado de: "É campeão!".

Os adversários podem contestar tudo relacionado ao Corinthians, só nunca poderão deixar de aceitar o fato que os 30 milhões de corinthianos são diferenciados. Não importa para a massa alvinegra vencer, porque simplesmente #VivemosdeCorinthians



segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A inesquecível invasão do Bando de Loucos



Os mais novos podem não saber, mas a torcida corinthiana invadiu o Rio de Janeiro e o Maracanã há exatos 35 anos. E essa inesquecível história do futebol nacional está sendo contada pelos jornalistas Igor Ojeda e Tatiana Merlino, no livro A Invasão Corinthiana.

A obra do casal visa resgatar esse acontecimento singular da história do mais popular clube paulista e sua relação inebriante com a Fiel torcida. É leitura obrigatória para os corinthianos de coração, mas também para os amantes do futebol.
O livro conta a história daquele 5 de dezembro de 1976, quando cerca de 70 mil corinthianos invadiram o Rio de Janeiro para apoiar seu time na partida única da semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano contra o favoritíssimo Fluminense de Roberto Rivellino (ex-reizinho do Parque), equipe conhecida na época como “Máquina Tricolor”.

Naquele lendário dia, estima-se que das 147 mil pessoas presentes no Maracanã, metade eram torcedores alvinegros. E o mais interessante: essas 70 mil pessoas se deslocaram até o Rio de Janeiro de todas as formas possíveis e imagináveis: de ônibus, trem, carro, avião, barco, bicicleta e até mesmo a pé para apoiar um Corinthians que amargava duas décadas sem t, mas cuja legião de seguidores não parava de crescer.

A obra baseia-se numa profunda pesquisa e em 30 entrevistas realizadas pelos autores, que tornam este livro um documento de memória e um registro histórico de como o futebol está entranhado na sociedade brasileira.
É interessante ver como as experiências de jogadores, jornalistas e torcedores que participaram daquele momento ajuda a costurar o feito histórico da torcida corinthiana com o contexto social e cultural vivido na época.


O lançamento é hoje, 5/12, a partir das 18h30, na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915).

domingo, 4 de dezembro de 2011

Um adeus, de punhos cerrados.



Hoje a maior torcida do Brasil vive um dia contraditório: a alegria que estar perto do quinto campeonato nacional e o luto pela partida de um dos maiores ídolos da Nação corinthiana: Dr. Sócrates. 

Diferente de toda a boleirada, Sócrates começou a carreira tardiamente. Primeiro formou-se médico e, só depois, dedicou-se ao futebol. E foi brilhante.

Com rara inteligência e classe, Sócrates fez história no Corinthians por seus passes de calcanhar, mas também por ter levado às fileiras do clube mais popular do país a democracia.

Líder do mais importante movimento político do futebol, a Democracia Corinthiana, Sócrates implantou no meio mais atrasado em questões de igualdade – o futebol –  a importância da democracia em campo. E deu certo! 

Enquanto toda imprensa condenava Sócrates e seus companheiros pelas mudanças implantada com a tal democracia futebolística, ele mostrou em campo que aquilo era possível, conquistando títulos.

Participou de duas copas do mundo – 1982 e 1986 – e fez história ao fazer parte da mais amada Seleção Brasileira de todos os tempos, a de Telê em 1982.

Politizado, Sócrates defendeu o movimento pelas Diretas Já e prometeu: se a emenda Dante de Oliveira não fosse aprovada – possibilitando eleições diretas para presidente da República – iria embora do país. E assim o fez, quando mais uma vez a democracia foi usurpada em nosso país. 

Magrão foi brilhar na Fiorentina da Itália. Voltou ao país e ainda vestiu as camisas de Flamengo, Santos e Botafogo de Ribeirão Preto. No entanto, nunca mais deixou de ser corinthiano.

Ao chegar no Parque São Jorge, em 1978, afirmou ser anticorinthiano, mas depois se rendeu à Fiel torcida. E disse o seguinte, em entrevista a Juca Kfouri no livro Corinthians Paixão e Glória:



Quando cheguei ao Parque São Jorge eu disse, com absoluta frieza, que não era corinthiano, que era até anticorinthiano. Hoje, com a carreira encerrada, digo com a mesma tranqüilidade que sou corinthiano até morrer. Eu, que sempre digo que não mudaria nada em minha carreira, se pudesse começar tudo outra vez, talvez, na verdade, mudasse uma coisa, algo totalmente inviável, mas enfim: se pudesse, eu gostaria de ter nascido no Parque São Jorge. Porque a torcida faz isso com você. Já vi moleque mudar de time só com a visão do que a torcida corinthiana é capaz de fazer num estádio.

Amado pelos alvinegros, Doutor se vai cedo, deixando a torcida dividida entre a dor da perda e a alegria por Sócrates ter vestido seu manto sagrado. No Corinthians é assim, emoções e sentimentos misturados até o fim!
 
Adeus craque! #ObrigadaSócrates