segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Essa vergonha tem que acabar

Imagine esta cena: você está reunido com sua família em sua casa e, de repente, 100 marginais invadem seu lar. Agressivos, eles quebram vidros, roubam objetos, ameaçam a vida de seu filho predileto tentando enforcá-lo e ainda pegam sua faxineira como refém.

Aí, sem mais, nem menos, depois de todo o terror e estrago, mesmo com a chegada a polícia eles vão embora impunementes, como se o que acabara de acontecer com sua família fosse algo comum.

Mas não é. A cena não aconteceu num lar brasileiro, mas no centro de treinamento de um dos principais clubes do País e os agressores são afiliados de torcidas organizadas do time.

Guerrero foi esganado por um torcedor que envadiu o CT


Tudo isso aconteceu porque eles acham que, após uma derrota, o time precisa jogar não por amor, mas por terror. Funcionou? Não, só piorou a situação.

O Corinthians entrou em campo derrotado no último domingo. Não porque vive uma fase ruim, mas porque os jogadores estão apavorados. E com razão.

No Twitter, uma garota que se diz corintiana divulgou a placa do carro do zagueiro Paulo André para o microblog da Gaviões da Fiel, como que incentivando a perseguição ao jogador.  A placa dos veículos de outros jogadores parecem que caíram nas redes sociais.

Depois de toda essa confusão o Corinthians não deveria ter entrado em campo. Não em desrespeito aos outros milhares de torcedores que sabem cobrar sem violência, mas justamente porque como profissionais, jamais deveriam ter passado por essa experiência. 


Faltou tato à Federação Paulista de Futebol e, especialmente, à Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão da partida, que "forçaram" o time a jogar. O resultado, como era de se esperar, foi uma equipe nervosa e com medo. Porque sabem que, se bobear, aqueles mesmos bandidos de sábado podem bater às suas portas, mas desta vez não do clube, mas de suas casas.

O que fazer diante de tudo isso? Ora, não entendi até agora porque a polícia não prendeu os invasores. E olha que parte daqueles que foram presos em Oruro, na Bolívia, quando da morte do garoto Kevin Espalda, e depois protagonistas da selvageria em partida contra o Vasco da Gama estavam por lá. Não seria reincidentes? Não deveriam estar atrás das grades?

O País que organizar a próxima Copa daqui alguns meses a cada semana que passa mostra que não tem estrutura física, muito menos organizacional para lidar com hooliganismo à brasileira.

Espero, de coração, que o Ministério Público ou outro órgão competente faça algo de efetivo para acabar com as torcidas organizadas. Porque, daqui a pouco, o estádio será apenas a praça de guerra deles e não o palco do futebol de todos!

2 comentários:

  1. Estou contigo Van, em gênero, número e grau. Apoio a greve dos jogadores, apoio a prisão de delinquentes e fui contra o time entrar em campo ontem. Marginal tem que ser tratado como marginal. Já passou da hora desse cenário mudar. Parabéns pelo texto.

    ResponderExcluir
  2. Olá linda, queria pedir para que seguisse e comentasse meu blog de futebol ♥ Podemos fazer uma parceria muito boa, beijoos , to te esperando lá http://louccasporfutebol.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir