quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Quando a grife supera a dedicação



Quando torcemos para um time, geralmente, ficamos ‘contentes’ ao ver a crise nos arquirrivais. Entretanto, quem  gosta de futebol de verdade deve estar surpreso com o tamanho da crise que o Palmeiras enfrenta às vésperas do seu centenário.

Cores à parte, o Palestra é um dos maiores clubes do Brasil e ponto. Concorde você ou não, os outros grandes times só ganham amplitude quando têm outros gigantes com quem duelar. Assim, São Paulo, Santos, Corinthians, Flamengo, Fluminense, Internacional, Botafogo, Cruzeiro etc., são o que são porque em algum momento de sua história enfrentaram a “Academia” ou o time da “Era Parmalat”.

Assunção chora ao se despedir do Palmeiras

Dito isso, nos debruçaremos sobre o caso Marcos Assunção. A bagunça é tamanha na Barra Funda que um dos últimos ídolos remanescentes do Palmeiras acabou sendo enxotado como se nada tivesse feito pelo clube.

Se ele atuasse mal, não jogasse com dor ou vivesse no Departamento Médico como o tal “El Mago”, até poderíamos ponderar e aceitar sua dispensa pelo clube. Entretanto, nos momentos mais difíceis dos últimos anos, Assunção foi um dos poucos a assumir a bronca e aceitar infiltrações para estar em campo e ajudar o time.

E, mesmo assim, o Palmeiras o dispensou como quem libera um funcionário que não serve para nada. E o pior: tentou jogar nas costas do atleta a pecha de mercenário, afirmando que ele teria pedido valores exorbitantes para renovar o contrato, quando na verdade o clube deve a ele.

No entanto, o que realmente espanta é o fato de o mesmo Palmeiras, que alega problemas financeiros e, por essa razão, não teria renovado com Assunção, oferece ao meia argentino Riquelme, que não joga há seis meses, um salário de R$ 420 mil, valor bem acima do que Assunção recebia.

Para um clube que não tem elenco formado para o início das competições em 2013, sofre com problemas financeiros e com o descrédito da torcida, que teme uma queda para a série C em pleno centenário, a grife vale mais que a dedicação?

Aparentemente sim. Valdívia que passou grande parte de 2012 no Departamento Médico segue no clube, Riquelme pode chegar para ganhar muito só pelo nome e, Marcos Assunção, que carregou o time nas costas foi descartado.

O caso hoje é com o Palmeiras, mas no Brasil é cada vez mais comum cenas como essas. Foi-se o tempo em que amor à camisa e dedicação eram os verdadeiros elos entre clube e jogador. Agora, é o marketing quem manda...vide o caso Adriano no Corinthians.

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