quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Canto de campeão


Há um mês o Corinthians era campeão do mundo no estádio de Yokohama, no Japão.  Demorei este tempo todo para tentar colocar no papel (ou na tela do computador) a emoção de torcedora e as impressões enquanto jornalista.

Bom, da emoção é fácil falar. Começou quando fui ao aeroporto na despedida do time junto com outros 14.999 pessoas. Depois foi aumentado gradativamente conforme a proximidade do primeiro jogo. Na noite anterior à partida contra o Al-Ahly só consegui pregar os olhos à meia-noite e às 3h30 já não conseguia mais dormir. Tive um sonho em que o Corinthians ganhava por 2 x 0, gols de Sheik e Danilo. Fiquei confiante.

15 mil torcedores no aeroporto
Aí começou o jogo e foi aquele sufoco. Aquele 1 x 0 sofrido à la Corinthians me deixou com muito medo do que estava a caminho. Jogando daquele jeito seríamos presas fáceis do Chelsea. Só fiz esta confissão aos mais próximos, sem muito alarde, compartilhando com outros “loucos” o temor de um chocolate histórico que daria aos antis motivos de sobra para muitas gozações.

Nem preciso falar que depois de ver o Chelsea destruir o Monterrey tive certeza de que no próximo domingo as coisas seriam bem difíceis. Daqui do Brasil queríamos sentir que os jogadores acreditavam. Eu, no fundo do coração, achava que o Tite ia dar uma sacudida daqueles e jogaríamos bem como contra o Boca na final da Libertadores.

São Paulo parou na véspera. Na minha rua os fogos começaram às 23h do sábado e só pararam às 18h da segunda-feira.  É, acho que moro num bairro literalmente de “loucos”.
Tinha decidido que não veria o jogo sozinha. Ser a única corinthiana numa casa de santistas não é fácil. Reuni uma turma pé quente e fomos para um bar. E, tínhamos esperanças de, dali, partir para a festa na Paulista. E não é que estávamos certos?!

Festa da torcida na Av. Paulista
Não sei relatar todos os lances do jogo. A emoção fez com que partes da partida simplesmente sumissem da minha memória. Mas lembro de momentos decisivos e da aplicação tática da equipe. Não estávamos sofrendo com as subidas de Alessandro e Fábio Santos, Cássio num dia de paredão, Chicão e Paulo André disciplinadíssimo, Ralf e Paulinho estavam marcando bem, Danilo como maestro regendo o time em campo, Jorge Henrique magistral na marcação, Sheik azucrinando a zaga adversária e Guerrero querendo jogo. Roteiro perfeito para uma vitória, certo? Certíssimo!

Mas, passando por cima da emoção – e do coração – admito que embora não tenha o futebol mais empolgante do mundo, tal qual o Barcelona, o Corinthians é uma equipe que erra pouco, marca bem e devido ao entrosamento sabe jogar mesmo com as adversidades. E mais, tem um diferencial: Tite.

Torcedor de verdade enfrenta fila de 3h30 para ver as taças
Sim, o técnico do alvinegro é, ao lado dos jogadores, o grande responsável pelas últimas conquistas. Afinal, sabe motivar, cobrar, brigar, amaciar o elenco na hora e na dose certa e, ao contrário de outros, coloca o coração no que faz. E isso é um tremendo diferencial.
Trinta dias depois da conquista máxima do clube, a equipe do Parque São Jorge, agora reforçado, é o time a ser batido em 2013. A torcida, obviamente, quer um ano tão feliz quanto 2012.

Não será tarefa fácil, mas com pés nos chão e cabeça no lugar – e isso Tite sabe administrar – pode ser que 2013 seja, de novo, o ano do Timão. E por que não?!

#VaiCorinthians

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