terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A tábua de salvação


Desde 2002, quando conquistou o pentacampeonato no Mundial na Copa Japão-Coreia o futebol brasileiro nunca mais foi o mesmo. Pouco a pouco foi descendo no ranking da Fifa – se é que ele diz algo real sobre futebol – e perdendo o brilho de outrora.

Acontece que ficamos mal acostumados. Desde 1958 sempre fomos apontados mundo afora como o melhor time do mundo – com raras exceções  -, como celeiro de craques e donos de uma sabedoria fenomenal em questões de dribles.

Mas o futebol mudou e, com o tempo, as outras seleções aprenderam com nós mesmos  – através da globalização do futebol – a  jogar bonito, com inteligência e aproveitando a técnica individualizada de seus craques.

Conquista alvinegra ajudou Brasileirão em ranking

Além disso, o esporte tornou-se mais dinâmico, exigindo dos atletas preparo físico o que, muitas vezes, acaba sobressaindo à técnica e à genialidade. E foi aí que, por muito tempo, o Brasil se perdeu. Afinal, será que sabemos jogar por resultado, sem dar espetáculo?

Na Copa de 1994, sob o comando de Parreira, fizemos a lição de casa e ganhamos o título com apenas lampejos do nosso futebol através de Romário e Bebeto. Já em 2002, Felipão tinha em mãos um time mais técnico e com duas estrelas no auge: Ronaldo e Rivaldo, sem contar Ronaldinho Gaúcho que fez uma boa Copa.

Depois só tivemos desastres com o quadrado mágico em 2006 e com um time bem abaixo da média em 2010 que, pasmem, tinha no elenco jogadores de pouca categoria como Grafite.

Entretanto, se na Seleção passamos por uma crise, nos clubes temos a tábua de salvação do futebol brasileiro. As recentes conquistas de Santos, Corinthians e São Paulo no futebol sul-americano e mundial, no caso do alvinegro do Parque São Jorge, começam dar uma pontinha de esperança ao torcedor brasileiro.

Temos craques sim! Neymar, Lucas e Paulinho hoje são unânimes. E, se Felipão souber usar o poder das individualidades desses craques, somada à categoria de bons jogadores como Marcelo, David Luís, Thiago Silva, Daniel Alves, Ramires, Oscar e tantos outros, podemos fazer bonito na Copa disputada em casa.

Enquanto isso não se concretiza, cabe aos clubes nacionais o papel de representar o Brasil mundo afora mostrando que sim, ainda temos um bom futebol e podemos voltar ao topo do mundo.

Isso já se reflete em números – controversos ou não. Afinal, a recente conquista do Campeonato Mundial de Clubes da Fifa pelo Corinthians elevou o Brasileirão, de acordo com ranking Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), como o segundo campeonato nacional mais forte do mundo, ficando atrás apenas do campeonato espanhol.

Se isso mostra que estamos no caminho certo só o tempo dirá. No entanto, não há dúvidas de que, como no passado do Santos, de Pelé; no Botafogo, de Garrincha e no Cruzeiro, de Tostão, serão os clubes os responsáveis a levar o futebol brasileiro de volta ao seu lugar como protagonista no mundo da bola. É só não perder o foco.

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