domingo, 31 de julho de 2011

A farra de 30 milhões



Todos sabemos que os brasileiros amam o futebol e que sediar uma Copa do Mundo no Brasil é a chance de acompanhar de perto o que há de melhor no mundo da bola em 30 dias de competição.

Quando fomos escolhidos como país sede da Copa de 2014, comemoramos como se fosse mais um título mundial do esporte que amamos. Afinal, ainda temos engasgados na garganta a derrota em 1950 para o Uruguai em pleno Maracanã.

Entretanto, muitos viram com maus olhos a escolha do Brasil como sede da competição. Não porque não gostem do futebol, mas justamente por o amarem. Acontece que ele sabiam de longa data que os chefões da CBF usariam o Mundial para ganhar muito dinheiro de forma ilícita prejudicando o esporte, o país e o torcedor comum, que só conseguirá participar do evento nas ruas ou assistindo pela televisão.

E o quadro foi se pintando conforme imaginavam: atrasos nas obras, dinheiro público rolando solto na construção e ou reforma de estádios, construção de estádios em estados sem tradição alguma no futebol etc. etc. etc. E o pior ainda está por vir, visto que o Brasil não tem condição de receber tantos estrangeiros pois nossos aeroportos mal dão conta dos voos domésticos, o trânsito nas grandes capitais é insano e não há verba para em tão curto prazo de tempo solucionar problemas tão graves.

No entanto, amortizados pelo sonho do espetáculo, grande parte da população ovaciona o presidente da CBF sem contestar seus mandos e desmandos, mesmo que nos últimos meses o mesmo tenha sido acusado em fóruns internacionais de tráfico de influência, desvio de verbas e recebimento de propinas, nada foi feito. E, quando tentou-se abrir uma CPI para investigá-lo bastou uma visita do grão senhor a Brasília para diversos deputados retirarem suas assinaturas do documento que possibilitava a abertura da investigação.
Em nome das aparências, vamos continuar deixando que o futebol nacional seja atropelado/massacrado tornando-se apenas um produto de marketing e vendas, deixando de lado sua essência que é a magia da diversão.

É vergonhoso ver o estado do Rio de Janeiro financiar o primeiro evento da Copa – o sorteio das eliminatórias – pela bagatela de R$ 30.000.000,00. Como se as duas horas de um simples sorteio valessem tanto.Sem contar os transtornos – aeroporto e ruas fechadas para não incomodar o evento – encobriram a manifestação contra Ricardo Teixeira que, um dia antes, conseguiu a proeza de fazer com que o Twitter entendesse que a hashtag #ForaRicardoTeixeira tratava-se de um spam e não uma manifestação como acontece diariamente na rede social.
O evento deve ter sido lindo e enchido os olhos dos presentes, uma verdadeira farra verde-amarela sem direito à participação de quem paga a conta: o povo brasileiro!A farra de 30 milhões

Todos sabemos que os brasileiros amam o futebol e que sediar uma Copa do Mundo no Brasil é a chance de acompanhar de perto o que há de melhor no mundo da bola em 30 dias de competição.

Quando fomos escolhidos como país sede da Copa de 2014, comemoramos como se fosse mais um título mundial do esporte que amamos. Afinal, ainda temos engasgados na garganta a derrota em 1950 para o Uruguai em pleno Maracanã.

Entretanto, muitos viram com maus olhos a escolha do Brasil como sede da competição. Não porque não gostem do futebol, mas justamente por o amarem. Acontece que ele sabiam de longa data que os chefões da CBF usariam o Mundial para ganhar muito dinheiro de forma ilícita prejudicando o esporte, o país e o torcedor comum, que só conseguirá participar do evento nas ruas ou assistindo pela televisão.

E o quadro foi se pintando conforme imaginavam: atrasos nas obras, dinheiro público rolando solto na construção e ou reforma de estádios, construção de estádios em estados sem tradição alguma no futebol etc. etc. etc. E o pior ainda está por vir, visto que o Brasil não tem condição de receber tantos estrangeiros pois nossos aeroportos mal dão conta dos voos domésticos, o trânsito nas grandes capitais é insano e não há verba para em tão curto prazo de tempo solucionar problemas tão graves.

No entanto, amortizados pelo sonho do espetáculo, grande parte da população ovaciona o presidente da CBF sem contestar seus mandos e desmandos, mesmo que nos últimos meses o mesmo tenha sido acusado em fóruns internacionais de tráfico de influência, desvio de verbas e recebimento de propinas, nada foi feito. E, quando tentou-se abrir uma CPI para investigá-lo bastou uma visita do grão senhor a Brasília para diversos deputados retirarem suas assinaturas do documento que possibilitava a abertura da investigação.

Em nome das aparências, vamos continuar deixando que o futebol nacional seja atropelado/massacrado tornando-se apenas um produto de marketing e vendas, deixando de lado sua essência que é a magia da diversão.

É vergonhoso ver o estado do Rio de Janeiro financiar o primeiro evento da Copa – o sorteio das eliminatórias – pela bagatela de R$ 30.000.000,00. Como se as duas horas de um simples sorteio valessem tanto.Sem contar os transtornos – aeroporto e ruas fechadas para não incomodar o evento – encobriram a manifestação contra Ricardo Teixeira que, um dia antes, conseguiu a proeza de fazer com que o Twitter entendesse que a hashtag #ForaRicardoTeixeira tratava-se de um spam e não uma manifestação como acontece diariamente na rede social.

O evento deve ter sido lindo e enchido os olhos dos presentes, uma verdadeira farra verde-amarela sem direito à participação de quem paga a conta: o povo brasileiro!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O futebol como ele deve ser


Os saudosistas de plantão vira-e-mexe reclamam da qualidade do futebol atual. Baseado em esquemas táticos e resultados o esporte perdeu a aura da magia que encantava os torcedores, tornando-se muito mais algo pragmático e praticamente sem graça.

É difícil não concordar com isso. Afinal, não existem mais jogadores ligados a um mesmo clube, as negociações movem montanhas de dinheiro e o torcedor assiste a tudo isso como mero espectador de um espetáculo falido em graça e diversão – na maioria das vezes, diga-se de passagem.

Porém, ontem os deuses da bola se vingaram de nós da melhor maneira possível, ou seja, nos presentearam com um dos maiores jogos de futebol de todos os tempos.

Para os torcedores mais novos que não viram Garrincha, Pelé, Didi, Leônidas, Zizinho, Sócrates, Zico etc., na noite passada puderam ter um flashback de como o futebol era e ainda deve ser.

Numa partida emocionante, Santos e Flamengo se enfrentaram pelo Brasileirão 2011 e o placar não mente sobre a grandiosidade do espetáculo: 4 x 5, fora o show de bola.

Em noite inspirada de Neymar e Ronaldinho Gaúcho, assistimos encantados e boquiabertos um duelo de gigantes como há muito não víamos no campeonato nacional. O talento e a ousadia ganharam espaço e renderam um espetáculo que só aqueles que viram sabem explicar o que foi.

Todos sabemos da força do Santos de Neymar, Ganso e cia. e sabíamos que seria jogo duro para um Flamengo invicto, mas sem brilho, já que o Brasil inteiro ainda esperava para ver o Ronaldinho Gaúcho de outrora brilhar em campo. E como tinha que ser, o craque resolveu brilhar.

Não dá determinar qual foi o lance mais bonito: o gol de Neymar ou a falta batida por R10? A genialidade do garoto ou do veterano?

Seria injusto determinar um ou outro. O fato é que Flamengo e Santos jogaram uma partida grandiosa tal qual suas histórias, presenteando saudosistas e novos torcedores como o melhor que o futebol pode apresentar.

Sorte de quem viu. É para guardar na memória as cenas do espetáculo, não importam as cores do seu coração, afinal, outro jogo como esse pode demorar muito para acontecer... Esperamos que não!

P.S. A capa do Lance! do Rio de Janeiro diz tudo sobre o que foi esse jogo!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O tal do fair play




Nas últimas duas semanas discutiu-se muito sobre a questão do fair play. Quem levantou a bola sobre o tema foi o atacante palmeirense Kléber que criou polêmica ao avançar e chutae a gol em jogada na qual os adversários flamenguistas esperavam a devolução da bola após atendimento médico ao lateral-esquerdo  rubro-negro Junior Cesar.

Durante quase uma semana críticos, comentaristas, jogadores e ex-jogadores debateram sobre a a falta de fair play do Gladiador, afinal, na regra do futebol não menção sequer sobre a obrigatoriedade da devolução da bola ao adversário após um atendimento médico. 

Não estamos aqui defendendo a atitude do atacante palmeirense, até porque em qualquer prega-se o respeito ao adversário e atitudes cavalheirescas são sempre bem-vindas.

Bom, toda essa discussão perdeu o sentido na última segunda-feira quando o mundo da bola ficou boquiaberto com a agressão cometida pelo goleiro Gustavo, do Sport, no volante Elivéton, do Vasco, em partida válida pela Taça BH de Futebol Júnior. Com uma voadora dignada de MMA Gustavo mandou Elivélton para o hospital com uma contusão de coluna torácica e cervical.

A cena chocou. Afinal, o goleiro atravessa o campo e, do nada, acerta o adversário pelas costas de forma selvagem, longe de seguir qualquer preceito de fair play.

Choveram críticas ao garoto, tudo em nome do fair play. O Sport, envergonhado, anunciou o afastamento e demissão do rapaz devido o não-alinhamento de sua atitude com a imagem do clube. Mas será esta a atitude mais sensata?

Novamente, não defendemos aqui o ato grotesco e violento de Gustavo. Bem longe disso, acreditamos que o atleta deve ser punido pela atitude antidesportiva. 

Entretanto, acreditamos que o Sport não pode virar as costas para o jogador neste momento,principalmente porque fica mais do que claro que o rapaz precisa de ajuda psicológica. Afinal, ninguém age assim gratuitamente.

E isso levanta uma questão de grande importância: qual tipo de formação um time deve oferecer a um jogador preparando-o para o futuro? Será que esses jovens, em sua maioria de origem humilde, recebem suporte para lidar com essa nova vida ou com os problemas oriundos da pobreza? 

O clube deveria realmente punir o atleta, mas expulsá-lo do clube dessa forma pode agravar ainda mais o problema, fazendo com que ele se perca permanentemente no caminho sem volta da violência. Agora, depois das críticas, o Sport pensa em voltar atrás na demissão e promete dar apoio psicológico a Gustavo.

O fato é que não devemos apenas nos preocupar com o fair play – essência do esporte –, mas sim com o tipo de jogadores estamos formando. Será que, ao invés de gênios, estamos criando monstros? 

Há muito o que refletir!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Um gol pela democracia



A ditadura militar no Brasil não perdoou nem os atletas que, por convicções políticas, defendiam a abertura do regime.

Todo mundo se lembra do Dr. Sócrates nos palanques da Campanha Diretas Já. Na época, o jogador corinthiano dizia que se a emenda Dante de Oliveira não fosse aprovada tornando as eleições diretas no Brasil, iria embora no país.

No dia 25 de abril de 1984 a emenda foi rejeitada pela Câmara dos Deputados por uma diferença de 22 votos. Por esse e outros motivos, Sócrates foi jogar no exterior.

Mas não ele não foi o único a dar voz para a luta conta o regime militar. Outros, empenharam-se mais contundentemente e foram perseguidos pelos militares. No último dia 21 de junho a Comissão de Anistia homenageou o primeiro jogador de futebol profissional perseguido politicamente no período.

Irmão de Zico, craque do Flamengo na década de 1980, Fernando Antunes, mais conhecido por “Nando”, foi jogador do Ceará Sporting Club no ano de 1968, tendo ajudado a equipe a formar a base da equipe que conquistou o Nordestão de 1969.

Perseguido por suas convicções políticas durante a ditadura militar, Nando teve sua carreira de atleta bruscamente interrompida devido a perseguição política, que colocava em risco sua vida, caso continuasse atuando nos campos de futebol do país.

Décadas depois, já anistiado, Nando teve a chance de vestir mais uma vez a camisa do Ceará, time que defendeu com brilhantismo.

Neste ato da Comissão de Anistia, mais do que simplesmente homenagear e contar sua história ao povo brasileiro, a iniciativa permite que façamos as reparações históricas necessárias ao profissional vítima dos anos de chumbo.

Para os jovens que mal conhecem a história do país, vale a pena saber que Nando fez um golaço para a democracia no Brasil!

terça-feira, 19 de julho de 2011

A força de uma torcida



Futebol é sinônimo de paixão. Entretanto, o tamanho desse amor ao clube é maior ou menor devido a torcida.

Existem torcidas que cantam e vibram, mas há torcidas que amam. Esse é o caso da Fiel Torcida Corinthiana. E isso tem sido provado ao logo desses quase 101 anos de existência do clube.

O Corinthians ficou quase 23 anos sem conquistar um título. Adivinhe o que aconteceu? A torcida cresceu. E como religiosos em torno de um único santo, corinthianos peregrinaram de estádio em estádio até o derradeiro momento de alívio em 13 de outubro de 1977 quando puderam enfim gritar é campeão!

Um ano antes, os apaixonados alvinegros protagonizaram uma das maiores movimentações de torcida da história. A chamada Invasão Corinthiana aconteceu na semifinal contra o Fluminense pelo campeonato Brasileiro de 1976. Simplesmente 70 mil corinthianos viajaram até o rio de Janeiro para a apoiar a equipe.

E não fica por aí. Em, 2007, o Corinthians caiu para a segunda divisão. Sabe qual foi o grito da torcida? "Eu nunca vou te abandonar". E foi o que ela fez: lotou estádios apoiando o time, que voltou à primeira divisão batendo novo recorde: maior bilheteria da história do futebol nacional na segunda divisão.

Na noite de ontem, os torcedores corinthianos deram mais uma mostra do tamanho da força do "bando de loucos", provocando bug no Twitter, devido ao excesso de mensagens enviadas em desagravo à emissora de televisão norte-americana CNN.

Tudo por causa do jornalista Fareed Zakaria, que num artigo sobre o aquecimento da economia brasileira chamou o Corinthians de "pequeno clube de São Paulo". No texto, Zakaria especialista em assuntos de política externa, citou a proposta do Corinthians de US$ 55 milhões por Carlos Tevez, atual jogador do Manchester City, para exemplificar sua tese. Na opinião do jornalista, esse fato seria impensável até poucos anos atrás.  Até aí tudo bem, o escorregão foi se referir ao time do Parque São Jorge como "um pequeno clube de São Paulo".

A apaixonada torcida indignou-se e usou o site de mensagens instantâneas para  mostrar sua indignação utilizando a hashtag #corinthiansbiggerthancnn.

A movimentação foi tamanha, que o Twitter não comportou a quantidade de mensagens enviadas simultaneamente. Por volta das 23h30 o site ficou instável a hashtag corinthiana atingiu o 4º lugar em Trend Topics mundial e 1º lugar no Brasil.

CNN e Zakaria tiveram a prova da força de uma torcida. E, no dia seguinte, logo pela manhã, amenizou a situação retirando a palavra "pequeno" do texto.

Para uma torcida com 30 milhões de pessoas, capaz de crescer por mais de duas décadas sem títulos e levar 70 mil pessoas de um estado para outro para apoiar um time, dava para duvidar que isso acontecesse? Acho que CNN e Zakaria agora sabem que não!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Quando a superação vence o favoritismo




A final da Copa Feminina de Futebol ficou em segundo plano por causa das decisões na Copa América. Mas, nem por essa razão, devemos deixar de ressaltar a qualidade do futebol apresentado pelas meninas na competição.

A equipe norte-americana, bicho-papão no futebol feminino, chegou mais uma vez à final, enquanto para surpresa de muitos, a seleção japonesa chegou à decisão depois de despachar a Suécia na semifinal.

Enquanto todos apostavam numa vitória da seleção de Hope Soleo, o Japão usou a sabedoria oriental para driblar o favoritismo norte-americano e ganhar na raça o primeiro título Mundial da categoria.

Após empate por 1 a 1 no tempo regulamentar, com gols de Morgan e Miyama, as equipes se enfrentaram na prorrogação. Para espanto geral, novo empate em 2 a 2, com gols de Wambach e Sawa. 

Na cobrança de pênaltis, a equipe asiática levou a melhor. Hope Solo, que havia brilhado nas cobranças contra o Brasil não teve chances. Resultado final:  3 x 1 para o Japão. 

O sonho do tricampeonato norte-americano foi por água abaixo, enquanto as japonesas conquistaram o primeiro título de nível mundial tanto no futebol masculino quanto no feminino.

O que isso nos mostra? Ora, que favoritismo não dá título a ninguém e que paciência e persistência podem resultar em vitória e taça na mão!

domingo, 17 de julho de 2011

Lições que só as derrotas ensinam



Diz a máxima futebolística que "Quem não faz, toma". O fato é que Brasil, jogou bem, mas não marcou. O preço foi a eliminação nas quartas-de-finais da Copa América de maneira melancólica.

Não há seleção nacional imbatível. E, há um bom tempo, o Brasil deixou de ter o melhor futebol do mundo. A reformulação do grupo, a chegada de um novo técnico e a inexperiência da nova geração, somadas, são responsáveis pela queda precipitada na competição diante do Paraguai.

Talvez, o fiasco tenha como raiz no oba oba criado em cima de alguns jogadores. Sabemos do talento de Neymar, Ganso, Pato, Lucas etc., mas será que eles sabem que são apenas jogadores de futebol e não deuses?

A impressão que fica é que essa nova geração tem a certeza de seu potencial, mas não tem maturidade – ou experiência – para ter a responsabilidade ideal dentro de campo.

Isso não significa que vamos jogar pedras e massacrar esses meninos. Certamente, num futuro muito próximo, alguns deles estarão disputando o título de melhor jogador do mundo. Mas, até lá, precisam entender que precisam correr muito, colocar o pé na bola e ter a garra e raça de uma seleção brasileira.

A culpa desses jovens craques agirem com apatia talvez seja da imprensa e da torcida que os endeusou de tal forma, que acreditam que o simples fato de estarem em campo os tornará vencedores.

Mas até onde sei – digam se estou enganada – é que futebol se decide jogando. Ali, dentro das quatro linhas, seja o gramado bom ou não, é preciso ter vontade. E essa seleção não ainda não tem a garra que torna um grupo campeão.

É preciso que esses craques voltem a colocar os pés nos chão e tenham em conta, antes de tudo, o presente. De que adianta sonhar com a transferência futura para um time europeu se você não fizer bem o trabalho de agora? Para brilhar lá fora, é preciso brilhar também com o manto amarelo.

A derrota para o Paraguai numa vexatória cobrança de pênaltis – onde erramos todas elas –, nos traz uma importante lição: seja humildade, jogue com o coração e será recompensando.

O Brasil tem grandes talentos individuais. Quando aprenderem a jogar em grupo terão uma grande chance de ser campeões. Até lá, se não assimilarem a lição dessa derrota diante do Paraguai, seremos apenas um time de estrelas sem brilho algum.

sábado, 16 de julho de 2011

51 anos de silêncio




Nunca uma tarde foi tão triste no Maracanã quanto aquela de 16 de julho de 1950. Afinal, decidíamos a final da Copa do Mundo em casa, com estádio lotado. O país vivia a euforia de, enfim, poder comemorar o título de maior futebol do planeta.

O otimismo generalizado dos brasileiros e a suposta superioridade da seleção canarinho davam a impressão de a taça Jules Rimet tinha destino certo para nossa prateleira de troféus. Bastava um empate com o Uruguai para soltarmos o grito de “ É campeão” .

As coisas pareciam estar no lugar, especialmente quando o Brasil abriu o marcador com Friaça. Nem deu tempo de comemorar, 19 minutos depois os os uruguaios empataram com Schiaffino. Apesar do balde de água fria, o título ainda era nosso.

Entretanto, há fatos no mundo da bola que não têm explicação. E quando ninguem esperava, numa bobeada da zaga brasileira, o uruguaio Ghiggia, que em vez de cruzar, como fez no lance do primeiro gol, enganou o goleiro brasileiro Barbosa e chutou direto, mandou a bola para o fundo da rede, virando o placar para o Uruguai.

O silêncio tomou o Maracanã.  

A falta de modéstia, o salto alto e até o leve menosprezo para com o adversário tiraram a taça que esteve nas mãos do Brasil por 79 minutos. E jogaram no limbo da história Barbosa, o goleiro, que carregou nos ombros até a morte a culpa pelo fiasco de 22 jogadores.

Ainda hoje, 51 anos depois, ainda podemos ouvir com clareza o silêncio da derrota. A soberba de se vangloriar antes do tempo levou o Brasil a seu maior fiasco dentro de campo.

Não importa se Pelé, Garrincha, Gilmar dos Santos Neves, Nilton Santos e cia. Tenham levantado a taça 8 anos depois ou que hpje sejamos a rquipe com maito número de conquistas em Copa do Mundo. Sabe por quê? Porque aquele silêncio do Maracanazo permanece, deixando marcado na alma do torcedor o gosto amargo da derrota.

Um dia, quem sabe, os torcedores perdoarão Barbosa. E, só neste dia entenderemos que perder, faz parte do jogo!

P.S. E nos 51 anos do Maracanazo, o Uruguai eliminou a Argentina – de Messi, Higuain, Tevez e outras feras – da Copa América, criando mais um tabu, o Elefantazo.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A máfia do futebol

Os perigos que corremos de sediar a Copa do Mundo de 2014



A corrupção tem se alastrado mundo a fora. Cotidiana na política mundial – tendo papel mais importante em alguns países do que em outros – a corrupção ganha cada vez mais espaço no mundo dos esportes. 

Nos últimos meses, aqui no Brasil, especialmente em São Paulo, têm havido uma série de discussões sobre o orçamento da construção dos estádio da Copa 2014, que em pouco tempo, ultrapassou as cifras pré-determinadas quando o Brasil foi escolhido como sede.

A grande questão é a enormidade de dinheiro público aplicado para a construção de estádios de futebol, um item que deveria estar no fim da lista de prioridades de um país com tantos problemas sociais como o nosso.

O fato é que corremos o grande de risco de ter um Mundial nos mesmos padrões de problemas – e cometendo os mesmos erros – do último evento na África do Sul, em 2010.

Está certo que o futebol é a grande paixão nacional e que estádios de futebol sempre serão utilizados. Entretanto, temos que avaliar se os mesmos estão sendo construídos em pólos onde o futebol atua. De que adianta um estádio na Amazônia se nenhum time do estado figura na 2ª divisão do campeonato nacional, quiçá na 1ª divisão?

A politicagem e o dinheiro têm corrido soltos e corremos o risco de pagar bem caro – se é que já não estamos pagando – pela conta dos mandos e desmandos dos caciques do futebol nacional e mundial.

Basta lembrar que há pouco mais de um mês houve um escândalo envolvendo o presidente da Fifa, Joseph Blatter, que levou para a lama – e não por acaso – outros aliados como Ricardo Teixeira, presidente da CBF.

Não podemos – e não devemos – ser inocentes e acreditar que Ricardo Teixeira foi envolvido nesta história de gaiato. Pupilo de João Havelange e bastante ligado a Blatter, o manda-chuva do futebol brasileiro está envolvido até o último fio de cabelo no escândalo no escândalo da negociação de venda de votos na escolha da sede do Mundial de 2018.

Segundo acusações do ex-presidente da Associação Inglesa de Futebol (FA), David Triesman, membros do comitê executivo –  Ricardo Teixeira, Jack Warner, Nicolás Leoz e Worawi Makudi – pediram favores em troca de votos na candidatura da Inglaterra para sediar a Copa de 2018. E não para por aí, é o que revela o livro JOGO SUJO – O mundo secreto da Fifa: compra de votos e escândalos de ingressos, do renomado jornalista britânico Andrew Jennings, lançado agora em português, pela Panda Books.

 

A obra, baseada em documentos, desvenda o lado sujo do maior esporte mundial. As revelações de Jennings causaram tanto impacto que a Fifa tentou a todo custo embargar a edição do livro. E pasmem, a instituição que prega o fair play simplesmente proibiu o jornalista de participar de qualquer evento oficial da Fifa. 

Jennings foi banido pela entidade que "cuida do futebol" porque apurou que Joseph Blatter tem ligações no mínimo suspeitas com os patrocinadores da Fifa e empresas ligadas a comercialização de ingressos nas Copas do Mundo. Além disso, revelou como é a relação entre o mandatário suíço e o seu antecessor – João Havelange – e também com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

Para nossa sorte, a edição brasileira vem com informações mais atualizadas que versão original e dá um panorama do que ocorre nos corredores da CBF.

Em entrevista à ESPN Brasil, em 9 de julho, reprisada ontem à noite, o jornalista comentou que a Copa de 2014, corre sérios riscos de a versão 2.0 do mundial da África e recomenda: os brasileiros não podem deixar nas mãos de Ricardo Teixeira a administração do Mundial, pois corremos grandes riscos de ver o dinheiro público fluir para os cofres dos mafiosos do futebol. Dá medo, não?!

Conheça melhor Andrew Jennings
Repórter investigativo há mais de 30 anos, cineasta, consultor e comentarista. Trabalhou nos jornais britânicos The Sunday Times e Daily Mail, na BBC, além de contribuir em diversas publicações. 

É autor de documentários e livros sobre corrupção nos esportes. Tornou-se no mundo todo como o “único profissional de imprensa banido das coletivas da Fifa”. Traduzido para mais de 12 línguas, Jogo sujo [Foul!] foi transformado em documentário da BBC e exibido em todo o mundo. 

Conheça melhor o trabalho de Andrew Jennings em seu site: www.transparencyinsport.org

Ah, e se quiser assistir ótima entrevista do jornalista à ESPN Brasil para o programa Bola da Vez,  acesse o link: http://www.youtube.com/watch?v=3JOwnw6o7AI

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Brasil vence, mas será que convence?



O Brasil está na próxima fase da Copa América. E por ironia, ainda ficou em primeiro lugar do grupo.

Quem não assistiu a partida e olha o placar final de 4 x 2 para o Brasil em cima do Equador, não imagina o quanto o resultado foi sofrido.

A seleção canarinho jogou mal no primeiro tempo, tanto que alguns torcedores já pegavam no pé do técnico Mano Menezes e vaiavam a seleção. Mas, aos 28 minutos, o lateral esquerdo André Santos, até então criticado pela torcida, cruzou a bola no primeiro pau, para Pato cabecear com precisão para abrir o placar.

Com mais ânimos, os brasileiros passaram a jogar melhor e quase ampliaram o placar ao 36 minutos em boa jogada de Robinho e Maicon. Mas quem não faz, toma, já dizia o ditado, e no minuto seguinte, o equatoriano Caicedo chutou de fora da área ampliando o placar em falha monumental de Júlio César.

A volta para o segundo tempo tinha cara de final de campeonato, tanto que os dois times voltaram com tudo. Para sorte dos brasileiros, logo aos 4 minutos, Neymar recebeu de Ganso e bateu no canto, com precisão. Com a vantagem no placar, a equipe brasileiro passou a mostrar um bom futebol pressionando o Equador. Mas em noite inspirada, Caicedo dominou na entrada da área e superou Julio Cesar novamente.

O Brasil respondeu rapidamente. Valia tudo para seguir na competição e evitar o fracasso. E, logo aos 16  minutos, após bela troca de passes pelo meio, Neymar arriscou o arremate de longe. O goleiro Elizaga soltou e Alexandre Pato aproveitou o rebote para fazer 3 a 2.

Aí, a seleção verde amarela passou a dominar a partida e ampliou o placar aos 27 minutos em ótimo avanço de Maicon que cruzou rasteiro para Pato marcar.

Finalmente o novo ataque brasileiro marcou. Neymar e Pato brilharam marcando dois gol cada, mas o melhor atleta da partida foi o lateral direito Maicon, que provavelmente ganhou a posição de Daniel Alves. Ganso deu dois passos que resultaram em gol, mas errou outros tantos, irritando o técnico brasileiro.

Agora, o Brasil pega o Paraguai, domingo. Mas será que a vitória com placar ampliado contra o Equador convence a torcida brasileira?

Robinho está irritado porque perdeu a posição. Neymar está mais preocupado em sua possível transferência para a Europa. Júlio César falhou muito e nem de longe parece o grande goleiro de tempos atrás.

E aí, fica a pergunta? Será que essa equipe segue em frente? Bom, veremos domingo…Afinal, ninguém está muito convencido de que ainda somos os melhores do mundo na bola…

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O destino de Cielo nas mãos do Tribunal Arbitral do Esporte



Não passou batido pela Federação Internacional de Natação (Fina) a branda punição adotada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) a Cesar Cielo, Nicholas Santos, Henrique Barbosa  e Vinícius Waked.
Em 1º de julho veio à tona a notícia de que dera positivo para a sustância Furosemida no exame antidoping realizado pelos atletas durante a disputa do Troféu Maria Lenk.
Visando a participação dos principais nomes da natação brasileiro no Mundial de Xangai (CHN), que começa a partir de 24 de julho, a CBA apenas advertiu os atletas.
Em repúdio ao abrandamento da pena, o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) afirmou que o julgamento dos casos de doping dos nadadores será realizado dia 20, quarta-feira, na própria cidade chinesa. Entretanto, a decisão, poderá ser anunciada apenas no dia 22.
A Fina sugere a substituição da advertência estipulada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) por uma suspensão. Dependendo do período de suspensão determinado pelo TAS, Cielo perderá as três medalhas de ouro conquistadas no Aberto de Paris, em junho: 50m e 100m livre e 50m borboleta. Tanto nos 50m livre quanto no 50m borboleta ele fez o melhor tempo da temporada.
Para driblar a imprensa e o assédio por conta de uma possível punição, Cielo embarcou antes da seleção brasileira para Xangai.
Agora, o atleta e os outros três envolvidos no suposto caso de doping aguardam a decisão que pode mudar os rumos do Brasil no Mundial e, até nos Jogos Olímpicos de Londres, 2012.
Para tentar escapar de uma punição maior, que impediria os nadadores de disputar o mundial e as Olimpíadas, o especialista em casos de doping, o advogado americano Howard Jacobs, será o responsável pela defesa de Cesar Cielo no julgamento no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). Experiente, Jacobs já representou famosos atletas como os corredores Marion Jones e LaShawn Merritt, além do ciclista Floyd Landis e da nadadora Jessica Hardy em casos parecidos. 
Jacobs terá a tarefa de convencer os membros do TAS de que a punição dada pelo painel de doping da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) é suficiente, embora a Federação Internacional de Natação (Fina) tenha encaminhado ao tribunal um pedido de suspensão de Cesar Cielo, Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinícius Waked, flagrados por uso de furosemida.
Onde está a verdade? Bom, dia 22 de julho, saberemos….ou não!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Filme relembra as glórias do quatro títulos Brasileiros do Corinthians



Conquistar quatro títulos brasileiros é importante. Poucos são os clubes que têm na conta a mesma quantidade de conquistas deste porte. Acima disso só São Paulo e Flamengo. Mas isso pouco importa para a torcida alvinegra do Parque São Jorge.

Depois de uma sessão exclusiva para a imprensa, a partir de 3 de agosto o bando de loucos vai curtir os momentos mais emocionantes das 4 glórias corinthianas no Campeonato Brasileiro, porque chega às lojas o DVD do recém-lançado filme 4x Timão: A conquista do Tetra.

Em parceria com a produtora Canal Azul e com direção de Di Moretti, o mesmo do documentário 23 anos em 7 segundos – que conta a saga do Campeonato Paulista de 1977, título que tirou o Corinthians do jejum de quase 23 anos sem conquistas –, o novo filme retrata por meio do depoimento de Neto, Dinei, Marcelinho Carioca e Betão, os principais momentos de cada título.

O primeiro título Brasileiro foi alcançado pelo time alvinegro, em 1990, ano em que o clube completava 80 anos. Sob a batuta de Neto e cia., a equipe bateu o São Paulo numa final emocionante.
Em 1998, foi a vez de Dinei, um dos remanescentes do primeiro título, comandar a equipe do banco de reservas até a conquista em cima do Cruzeiro. 

No ano seguinte, 1999, foi Marcelinho Carioca o líder do time num ano encantado para o Corinthians, afinal a equipe conquistou praticamente todos os títulos disputados.

A última taça foi garantida com a ginga de Carlitos Tevez e a disposição da equipe em driblar problemas extra-campo – descoberta da manipulação de resultados em alguns jogos por parte de outros times. Prejudica, o Timão teve que refazer algumas partidas e, nem isso foi capaz de arrefecer os brios da equipe rumo ao título. 

Para quem não viu, vale a pena ver. Para quem viu, melhor ainda rever. O fato é que o filme é um prato cheio para o torcedor corinthiano, bem como para os amantes do futebol. Essencial para a estante de colecionadores!

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