terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Eh, ôô, vida de gado


Os anos passam e nós, torcedores, continuamos a ser tratados como gado aqui no Brasil, seja no estádio de última geração, seja naquele velho de guerra de mais de 50 anos como o Pacaembu.

Como frequentadora assídua posso dizer com propriedade que não é fácil ser torcedor aqui na terra brasilis e se você for do sexo feminino, prepare-se para fortes emoções!

Mineirão mata torcedores de sede e
dirigentes não acham isso grave

Além de pagar caro pelo ingresso, aqui em São Paulo no Paulistão o mais barato custa a bagatela de R$40,00 – e olha que por causa do Fiel Torcedor pago R$19,50 -, somos recebidos com o ‘carinho’ de sempre da polícia que ao nos revistar nos trata como meliantes, sem contar é claro, a constante intimidação da cavalaria que não faz nenhum esforço em evitar que os animais amedrontem quem passa perto deles.

Mas ‘boas’ mesmo são as instalações! ‘Perfeitas’ para receber famílias, crianças e mulheres... só que não. Repletos de banheiros sujos, quando não químicos, pagamos caro para ver o esporte que amamos sem um mínimo de conforto. E nem pense em comer no estádio. Você pagará caríssimo por um copo de refrigerante ou um pacote de salgadinho. Afinal, é lá no estádio que inflação pega em cheio o bolso do torcedor.

No entanto, com a chegada das novas arenas, sejam elas para uso durante a Copa ou não, esperávamos que, pelo menos o ingresso caro seria revertido num serviço de qualidade, oferecendo ao torcedor-gado um mínimo de conforto e segurança.

Mas parece que não vai ser bem assim. Só na última semana vimos dois absurdos em relação a isso. Primeiro na Arena do Grêmio que, à primeira avalanche da torcida cedeu e deixou algumas pessoas feridas. Até certo ponto, a torcida pode levar um cadinho de culpa pelo incidente, mas se o estádio não oferece segurança, você levaria seu filho para assistir um jogo? Acho que não!

Mas pior mesmo foi a reabertura do Mineirão. Estádio da Copa, tão aguardado pela mineirada que estava carente do seu maior palco do futebol. E eis que, em pleno verão, a reabertura do estádio lota com quase 93% de sua capacidade, com ingressos entre R$60,00 e R$120,00, e sem água! Como se o torcedor, um ser vivo, não necessitasse deste bem da natureza enquanto assiste ao futebol em meio ao calor!

Pior é que teve jornal em Minas que teve o descaro de ‘esquecer’ de manchetar o vexame deste evento, enaltecendo o espetáculo futebolístico.

Pobres de nós brasileiros que, além de pagar caro pelo estádio que muitos de nós nunca visitaremos, ainda temos que aguentar a omissão com relação ao caso. E teve dirigente dizendo que a arena ainda está se adaptando! Aí me pergunto: então por que inaugurou?!

Depois o Fenômeno fica bravo quando a imprensa séria rebate as ‘belezas’ da Copa no Brasil. Sabe por que isso acontece? Porque ele vai de camarote e assiste a tudo regado a luxos, muita água e sem pagar nada, enquanto o torcedor comum, aquele que garante a existência dos clubes, continua a ser tratado como gado!

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