quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Fez bem para o Lucas e pode fazer bem para o Neymar


Tem sido grande o debate sobre a necessidade, ou não, de Neymar atuar na Europa para ganhar mais experiência e, assim, se apresentar melhor na Seleção Brasileira e tentar roubar de Messi o troféu de melhor do mundo.

Lucas fez boas apresentações desde a chegada no PSG
É fato que desde 2009, quando Ronaldo Fenômeno voltou a atuar no Brasil, o campeonato nacional ganhou mais força, competitividade e recursos financeiros. A volta do pentacampeão impulsionou as ações de marketing e o aumento considerável das verbas de patrocínio dos clubes. Além disso, ajudou a fazer com que outros bons jogadores que estavam no exterior vissem no Brasil uma vitrine interessante para a seleção e também para o futebol mundial.

Não é à toa que isso aconteceu. O Brasileirão sempre foi um torneio competitivo diante da força dos grandes clubes de todas as regiões do país e, em pesquisa recente, foi apontado como o segundo campeonato mais forte do mundo. E se olharmos friamente, veremos que temos jogadores de peso atuando por aqui: Fred, Luís Fabiano, Seerdof, Ronaldinho Gaúcho, Paulinho, Neymar, Dedé, entre outros. 

Este cenário é bastante interessante, desde que um atleta tenha apenas como foco chegar à seleção. Agora, no caso de Neymar, que almeja voos maiores – e os merece por ser bom jogador – está passando da hora de ir para a Europa.

Vejamos o caso do Lucas. Por diversas vezes, o jogador foi subestimado no próprio clube e até na seleção brasileira, onde esquentou o banco na era Mano Menezes. No entanto, Lucas era o coração e a alma do São Paulo, que agora se vê sem o toque especial para fazer seu bom elenco deslanchar com confiança.

Sua chegada ao Paris Saint German poderia ter piorado a situação do craque ‘esquecido’. Afinal, o clube francês conta com craques de primeira, como Thiago Silva, Ibrahimović e, agora, David Beckham, só para citar alguns. Mas Lucas foi esperto. Aceitou mudar seu perfil e a jogar coletivamente para ter espaço no time. E deu certo.

Na partida de ontem (12/2) contra o Valencia, pelas oitavas de final da Champions League, Lucas foi essencial para o primeiro gol da equipe francesa. O lance do gol Lavezzi foi criado por Lucas que deu o passe certeiro para o argentino marcar o gol, aos 8 minutos do primeiro tempo. Mas, antes disso, em jogada individual, Lucas já tinha colocado uma bola na trave.

Fora este lance, Lucas marcou e armou bem as jogadas e só saiu de campo no início do segundo tempo por sentir uma lesão no tornozelo. 

O importante é que, desde o primeiro jogo com a camisa do PSG, Lucas entendeu que não poderia ser individualista. O futebol na Europa cobra mais o coletivismo que vemos hoje em equipes como Fluminense e Corinthians no Brasil. E assim, o atleta evoluiu.

Diante disso, chego à conclusão de que Lucas acertou em escolher o momento para jogar em gramados internacionais. E penso que está passando a hora de Neymar fazer o mesmo.

Vemos que a joia santista tem tido muita dificuldade em atuar na seleção brasileira, principalmente em jogos com equipes europeias. A mania de cai-cai do atacante permanece e, quando colocado sob pressão – pois todos apostam que ele é a tábua de salvação da seleção – não apresenta o mesmo futebol jogado no clube. E aí que fica a pergunta? Neymar precisa jogar em solo internacional?

Experiência internacional pode ajudar na evolução de Neymar

Sim, precisa. E não porque queremos vê-lo fora do Brasil. Não há prazer algum nisso. Mas se queremos vê-lo brilhar e se tornar um jogador mais eficiente, capaz de um dia ganhar o troféu de melhor do mundo, não há o que fazer. É preciso apostar numa carreira internacional.

Afinal, no exterior, Neymar evoluirá, pois terá contato com atletas das principais seleções e aprenderá a atuar com maturidade e seriedade, deixando de lado o vício de se jogar para cavar faltas. Aprenderá a ter mais malícia e a driblar na hora certa, aperfeiçoando seu futebol.

Pois, se a Europa fez bem a Lucas, por que não pode fazer para Neymar? É bom a gente pensar.



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