terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Ao Doutor, com carinho...


Só faz um ano que o Doutor Sócrates foi jogar em outros campos, mas é inegável a falta que ele faz ao nosso futebol. Não dentro de campo, pois lá fez tudo o que podia e mais um pouco, marcando para sempre a história do Corinthians e da Seleção Brasileira.

Hoje, Sócrates faz falta do lado de fora dos gramados, onde com suas opiniões contundentes e postura reta nos davam a esperança de que, num futuro próximo, poderíamos sonhar com uma faxina no futebol brasileiro, colocando para fora cartolas do naipe de Ricardo Teixeira, José Maria Marín – o presidente da CBF que faz ‘gato’ na luz do vizinho -, entre tantos outros.

Jogadores de punhos erguidos em homenagem
a Sócrates
Lembro pouco de Sócrates com a camisa do Timão. As imagens mais marcantes que tenho dele são da Copa de 1986. Apesar de ter quase 7 anos, tenho até hoje gravada na memória as lembranças de nossa eliminação naquele Mundial. Lembro que gostava de vê-lo comemorar os gols com pulso erguido... E desconfio que, desde então, os genes esquerdistas tomavam conta com meu corpo de criança.

Quando Sócrates foi internado pela primeira vez em 2011, estive com Basílio e Zé Maria e eles me confessaram que, embora o Magrão gostasse de beber, não imaginavam que a coisa estava tão séria. Ambos demonstraram muita preocupação com ele. Ali eu soube que o fim estava próximo.

Mas devemos lembrar que Sócrates era forte e não se deixava vencer com facilidade. Saiu do quadro crítico, anunciou que tinha parado de beber e que iria se cuidar porque queria viver. E como ele queria.

Torcida acompanhou o gesto
Meu espanto foi acordar no dia 4 de dezembro daquele ano com a notícia de sua morte. Em 32 anos, naquele dia que eu poderia ver pela primeira vez meu time se tornando campeão dentro do estádio. Faltavam algumas horas para o pentacampeonato brasileiro.

Por ironia do destino, anos antes o próprio Sócrates tinha decretado: 'Quero morrer num domingo e com o Corinthians campeão'. E assim foi.


Certamente, muitos momentos dentro do estádio foram marcantes da minha vida: o primeiro jogo, o primeiro clássico, o título da Libertadores, mas a cena da torcida e dos jogadores em círculo no gramado com os punhos levantados gritando seu nome, foi, com certeza, a imagem mais emocionante que vivi no futebol.

E hoje, quando o nosso Magrão completaria 59 anos, não poderia de dedicar este texto 'ao Doutor, com carinho'.



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