sábado, 12 de março de 2011

O voo do Ganso



Há muito o futebol brasileiro perdeu aquele quê de arte. De vez em quando surgem novas estrelas que brilham pouco tempo nos gramados nacionais e logo tornam-se estrelas da constelação internacional. Foi assim com Diego, Robinho, Kaká etc.

E, quando parecia que tudo estava perdido a ponto de nos acostumarmos com um futebol feijão-com-arroz, surgem no Santos dois craques capazes de honrar a tradição do futebol-arte brasileiro.

Dessas duas estrelas uma chama minha atenção: Paulo Henrique Ganso. Por que? Ora, porque Ganso ocupou um espaço há muito vago: o meia criativo de qualidade! Desde que Kaká deixou de jogar o bom futebol, nunca mais vimos qualidade neste setor. E, por conta da teimosia burra de Dunga em não convocar o craque, o Brasil penou neste setor na Copa do Mundo no ano passado. Talvez a presença do atleta não tivesse mudado a participação canarinho no Mundial, mas certamente, teríamos perdido com um mínimo de categoria. Mas isso, como sempre digo, já é outra história.

O fato é que com a ascensão de Mano Menezes no comando da seleção, tivemos o prazer de ver Ganso vestir a amarelinha e brilhar como se o manto nacional não pesasse nada! E, numa dessas consequências horríveis do futebol, logo depois de estrear na seleção o jogador contundiu-se ficou fora dos gramados por sete longos meses.

E, ao voltar em campo hoje, todos esperavam ver um Paulo Henrique lento, sem ritmo, ainda dando os primeiros passos pós-recuperação. E não é que para nossa grata surpresa Ganso alçou um vôo daqueles e, garantiu que o Santos vencesse mais uma partida do Paulistão 2011.

O mais incrível disso é que ao pisar no gramado parecia que Ganso jamais tivesse se afastado dele. Não teve nada dessa história de falta de ritmo, entrosamento e essas desculpas esfarrapadas comuns no mundo do futebol usadas para explicar más atuações. Em duas jogadas, leiam bem: DUAS JOGADAS, Ganso decidiu a partida.

Os dirigentes do alvinegro praiano que estavam receosos em renovar o contrato e valorizar o jogador devem ter se arrependido de duvidar do talento do garoto. Não é à toa que clubes internacionais do maior quilate querem levá-lo para o exterior de qualquer jeito. E, certamente, depois dos 45 minutos bem jogados só resto ao Santos ceder e dar o devido valor a essa joia rara do nosso futebol.

Nós, meros mortais e espectadores, temos o dever de aplaudir o craque e continuar assistindo o voo do Ganso!


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