Você pode fazer o melhor trabalho do mundo, mas sempre
haverá alguém (ou milhares) questionando seu trabalho, suas escolhas e os
caminhos rumo às conquistas.
Felipão tenta reedita time experiente, mas com caras novas |
O fato é que nós, brasileiros, ficamos mal acostumados. Por
décadas lideramos o ranking da Fifa de melhor seleção do mundo, participados
das 19 edições, ganhamos cinco vezes o mundial e sempre lançamos ao mundo da
bola craques inquestionáveis.
No entanto, desde 2002 nosso futebol não foi mais o mesmo.
Tivemos uma entressafra de jogadores, tivemos maus resultados no cenário
mundial do futebol e ficamos para trás, apresentando um futebol sistemático,
feio e chato. Em contrapartida, a Espanha que durante muito tempo não era uma
potência no mundo da bola, assumiu o papel do Brasil, encantando com um jogo de
muitos toques e posse de bola, como jogadores de qualidade.
Depois da decepcionante Copa de 2010, Dunga foi demitido e
todos apostavam na renovação da Seleçao, ainda mais com o surgimento de atletas
como Neymar, Ganso, Pato etc. Aí
convocaram Mano Menezes para ser o salvador da pátria e não deu certo.
Mano não conseguiu dar uma cara ao time e as constantes
experimentações não deram em nada. Aí, às vésperas da Copa da Confederações,
que será disputada no Brasil, chamam Felipão e Parreira para tentar consertar
as coisas.
E, como era esperado, Felipão em sua primeira convocação
resolveu misturar jogadores experientes com novatos, buscando visivelmente
reeditar a tal ‘família Scolari’ de 2002, última equipe a ter algum respeito
futebolístico nos últimos dez anos.
Acho que Felipão está certo ao mesclar experiências. Faltava
à seleção de Mano atletas que pudessem dividir a responsabilidade com Neymar.
Entretanto, discordo das escolhas dele. Não sei se, atualmente, o goleiro Júlio César tem futebol para assumir o gol da seleção, já que fez péssimas campanhas
nas últimas temporadas. Ronaldinho Gaúcho fez um ótimo Brasileirão em 2012, mas
nunca teve o mesmo nível de atuação na seleção, isso desde 2002. Só não
questiono Luís Fabiano e Fred. Embora sejam atletas com altos índices de
contusões, entrando e saindo constantemente do departamento médico, têm números
que os garantem um lugar na seleção.
Dos outros convocados, somente Neymar e Paulinho são
incontestáveis. Os outros, ao longo dos últimos anos, foram conquistando espaço
e, se não bobearem, estarão na equipe que disputa a Copa em casa.
Não dá para criticar o trabalho de Felipão antes mesmo de ele
começar, mas ressalvas podem ser feitas. No entanto, vai ser em campo que ele –
o técnico que ajudou a levar o Palmeiras à série B – provará se a reedição da
nova (velha) família Scolari é a melhor opção. Veremos...
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