Em outubro de 2012, o mundo esportivo ficou chocado quando a
União Ciclística Internacional (UCI) baniu o americano
Lance Armstrong definitivamente do esporte após constatar que ele era um dos
articuladores de um esquema de doping. Além de ser proibido de praticar o
ciclismo profissionalmente, o atleta perdeu os sete títulos da Volta da França
e ainda corre o risco de perder a medalha de bronze olímpica, conquistada nos
Jogos de Sidney, em 200.
Antes deste escândalo, Armstrong tinha
todos os requisitos para ser um eterno ídolo do esporte. Afinal, o supercampeão
tinha mostrado parte de sua humanidade ao vencer um agressivo câncer, que lhe
dava apenas 40% de sobrevivência.
Atleta tenta o perdão da opinião pública |
Vencida a luta contra a doença, o ciclista voltou
às pistas e conquistou os principais prêmios da categoria. Sua imagem
inabalável foi emprestada para diversas marcas que queriam em suas ações
publicitárias a imagem vencedora do campeão.
As suspeitas sobre doping começaram a
pairar sobre o ciclista em 2005, mas a imagem do atleta que venceu o câncer e
voltou ao esporte eram mais forte que as denúncias e Armstrong foi inocentado
pela Agência Mundial Anti-Doping (WADA).
Entretanto, em 2001 novas
acusações, agora de colegas da equipe do ciclista levaram a nova investigação
e, por fim, foi provado que Armstrong, o ídolo, era falível enquanto humano.
Não é preciso dizer que o
atleta caiu em ruína! Perdeu patrocinadores, títulos e, algo maior que tudo, a
confiança dos fãs.
Sem recorrer da condenação
da WADA, Armstrong aceitou a punição se manteve em silêncio, como que
consentindo que tudo aquilo que falavam sobre ele fosse a mais pura verdade.
Na próxima quinta-feira
(17), o ciclista falará pela primeira vez no programa de Oprah Winfrey,
apelando para o poder de comunicação e influência da apresentadora, uma vez que
analistas garantem que ele vai admitir o uso de substâncias ilegais, buscando
assim conseguir o perdão necessário para voltar a competir.
Isso até pode acontecer,
embora seja muito difícil. Entretanto, fica a questão: tratar Armstrong como um
herói não teria ajudado o homem a errar? Afinal, quando as primeiras suspeitas
foram levantadas contra o atleta, a opinião pública o defendeu. Agora, o
achincalha como vilão!
Nós, da mídia, precisamos de
uma vez por todas nos responsabilizarmos pela parcela de culpa neste endeusamento
constante de figuras humanas. Temos que reverenciar conquistas, feitos e a
beleza do esporte, sem nos esquecermos de que, por trás dos ídolos há homens e
mulheres falíveis. Afinal, se fôssemos todos perfeitos, não teríamos que fazer
autocrítica, certo?
P.S. Para a blogueira, o ciclista é culpado pelo doping, fato! Mas tudo poderia ter vindo a público bem antes, não fosse parte da mídia.
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