Os anos passam e nós,
torcedores, continuamos a ser tratados como gado aqui no Brasil, seja no
estádio de última geração, seja naquele velho de guerra de mais de 50 anos como
o Pacaembu.
Como frequentadora
assídua posso dizer com propriedade que não é fácil ser torcedor aqui na terra
brasilis e se você for do sexo feminino, prepare-se para fortes emoções!
Mineirão mata torcedores de sede e dirigentes não acham isso grave |
Além de pagar caro
pelo ingresso, aqui em São Paulo no Paulistão o mais barato custa a bagatela de
R$40,00 – e olha que por causa do Fiel Torcedor pago R$19,50 -, somos recebidos
com o ‘carinho’ de sempre da polícia que ao nos revistar nos trata como
meliantes, sem contar é claro, a constante intimidação da cavalaria que não faz
nenhum esforço em evitar que os animais amedrontem quem passa perto deles.
Mas ‘boas’ mesmo são
as instalações! ‘Perfeitas’ para receber famílias, crianças e mulheres... só que
não. Repletos de banheiros sujos, quando não químicos, pagamos caro para ver o
esporte que amamos sem um mínimo de conforto. E nem pense em comer no estádio.
Você pagará caríssimo por um copo de refrigerante ou um pacote de salgadinho. Afinal, é lá no estádio que inflação pega em cheio o bolso do torcedor.
No entanto, com a
chegada das novas arenas, sejam elas para uso durante a Copa ou não,
esperávamos que, pelo menos o ingresso caro seria revertido num serviço de
qualidade, oferecendo ao torcedor-gado um mínimo de conforto e segurança.
Mas parece que não vai ser bem assim. Só na última semana
vimos dois absurdos em relação a isso. Primeiro na Arena do Grêmio que, à
primeira avalanche da torcida cedeu e deixou algumas pessoas feridas. Até certo
ponto, a torcida pode levar um cadinho de culpa pelo incidente, mas se o
estádio não oferece segurança, você levaria seu filho para assistir um jogo?
Acho que não!
Mas pior mesmo foi a
reabertura do Mineirão. Estádio da Copa, tão aguardado pela mineirada que
estava carente do seu maior palco do futebol. E eis que, em pleno verão, a
reabertura do estádio lota com quase 93% de sua capacidade, com ingressos entre
R$60,00 e R$120,00, e sem água! Como se o torcedor, um ser vivo, não necessitasse
deste bem da natureza enquanto assiste ao futebol em meio ao calor!
Pior é que teve jornal em Minas que teve o descaro de ‘esquecer’ de manchetar
o vexame deste evento, enaltecendo o espetáculo futebolístico.
Pobres de nós
brasileiros que, além de pagar caro pelo estádio que muitos de nós nunca
visitaremos, ainda temos que aguentar a omissão com relação ao caso. E teve
dirigente dizendo que a arena ainda está se adaptando! Aí me pergunto: então
por que inaugurou?!
Depois o Fenômeno
fica bravo quando a imprensa séria rebate as ‘belezas’ da Copa no Brasil. Sabe
por que isso acontece? Porque ele vai de camarote e assiste a tudo regado a
luxos, muita água e sem pagar nada, enquanto o torcedor comum,
aquele que garante a existência dos clubes, continua a ser tratado como gado!
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