O boxe já foi uma paixão mundial. Hoje, quem domina o cenário
das lutas é o MMA e, nas Olimpíadas, o judô – que também só é lembrado de
quatro em quatro anos.
Durante o fim da década de 1980 e início dos anos 1990, o
pugilista brasileiro José Adilson Rodrigues dos Santos, ou Maguila, foi o
grande nome nacional nos ringues.
Maguila foi grande do boxe nacional nos anos 1990 |
Talvez, a empolgação em relação a ele estivesse bem mais
ligada aos interesses econômicos do narrador Luciano do Valle que, através de
sua empresa – Luqui, enaltecia as qualidades do pugilista, sem apontar sua
fragilidade técnica em alguns momentos.
No entanto, o que não podemos negar é que, por muito tempo,
Maguila foi o representante brasileiro nos ringues. E, apesar de todas as críticas
ao seu estilo de luta, ele tem um cartel vitorioso (85 lutas, 77 vitórias, 7
derrotas e 61 nocautes) e predominou o ranking do boxe sul-americano, sem
contar que sempre esteve bem colocado na listagem mundial.
Além disso, se fosse tão frágil, jamais teria conseguido
lutar contra nomes de peso como Evander Holyfield e Geroge Foreman. Claro que
ele não venceu, mas os pugilistas americanos não aceitariam uma luta inválida
àquela altura de suas carreiras.
Durante minha adolescência passei muitas madrugadas
esperando Maguila lutar, como faço hoje ao aguardar os combates de Anderson
Silva, Cigano, José Aldo e outros. Aprendi a amar a luta por sua plástica e
beleza e, mais que tudo, a respeitar os caras ali no ringue.
Agora, Maguila luta contra o Alzheimer. Entristece ver que o
atleta contestado hoje sofra com uma doença que, pouco a pouco, vai apagar sua
memória, levando consigo o que de mais valioso alguém pode ter: sua alma.
Não sei se a Confederação Brasileira de Boxe está prestando o
auxílio necessário a Maguila, embora tenha certeza de que isso deveria ocorrer
por tudo o que ele fez pelo esporte em seu auge.
Mas, o que realmente incomoda é saber que Maguila só
aparecerá nos noticiários em razão de seu drama. Aos poucos, tal qual suas
lembranças, sua memória no esporte será apagada, como se ele tivesse sido
apenas mais um. E vamos nos esquecer não só do atleta, mas também do homem.
Ver Maguila se apagar assim é triste. Mais triste mesmo é
saber que aquele cara no jornal de hoje um dia foi manchete. Agora é apenas uma nota
de rodapé.
P.S. A blogueira também foi (é) fã de Acelino Popó Freitas, só pra constar!
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