Em 1994, eu tinha 14 anos. Era fã incondicional de Ayrton Senna. Não perdia uma só corrida. Naquele trágico 1º de maio de 1994, eu estava em frente à TV e assisti atônita meu ídolo morrer.
Até hoje me emociono quando falo de Senna. Sempre fica aquele nó na garganta e aquela vontade de voltar no tempo e dizer a ele: – Não corre hoje não. Fica mais um tempo entre nós.
Hoje completam-se 17 anos sem meu ídolo. E para homenageá-lo, publico aqui um texto que escrevi, em 1994. Tenho certeza de que ele demonstra a emoção e o amor pelo inesquecível e insuperável Ayrton Senna.
Ayrton Senna da Silva se foi, e a imagem que vai ficar é a daquele rosto com o sorriso sempre sereno, marcado pelo temperamento de quem viveu obstinado pela vitória. A imagem de um Brasileiro que levava de carona no cockpit a 300 km por hora o orgulho de toda uma nação.
Até hoje me emociono quando falo de Senna. Sempre fica aquele nó na garganta e aquela vontade de voltar no tempo e dizer a ele: – Não corre hoje não. Fica mais um tempo entre nós.
Hoje completam-se 17 anos sem meu ídolo. E para homenageá-lo, publico aqui um texto que escrevi, em 1994. Tenho certeza de que ele demonstra a emoção e o amor pelo inesquecível e insuperável Ayrton Senna.
Ayrton Senna da Silva se foi, e a imagem que vai ficar é a daquele rosto com o sorriso sempre sereno, marcado pelo temperamento de quem viveu obstinado pela vitória. A imagem de um Brasileiro que levava de carona no cockpit a 300 km por hora o orgulho de toda uma nação.
Talvez tenha sido o último ídolo capaz de despertar em nós um sentimento esgarçado chamado PATRIOTISMO.
As mãos de Ayrton Senna, quando não estavam buscando a vitória, desfraldavam sempre a bandeira de um país extremamente altivo por obra e graça de sua própria genialidade.
Ayrton Senna foi contido por um muro. Se era a fim de pará-lo, não poderia ser de outra forma. Mas naquela fração de segundos que antecedeu ao choque, a trajetória do carro desgovernado indo inoxeravelmente para o ponto do choque, o país se pegou em um instante de incredulidade. Ayrton Senna voava em direção ao muro assassino. Já não havia nenhum milagre que pudesse impedi-lo de transpor o mais cruel dos limites, não havia também como aceitar passivamente a fatalidade, mesmo quando ficou evidente que a vida do nosso campeão não existia mais.
A imagem repetida à exaustão, como se fosse preciso convencer as pessoas de que aquilo tinha realmente acontecido. O voo tresloucado do carro, o choque, o carro se espatifando, o capacete amarelo imóvel que ainda abrigava a cabeça quebrada, o socorro que até chegar transformou um minuto e quarenta numa eternidade. Não era possível mesmo a gente se conformar. Roubar de Senna a vida é uma atrocidade do destino. É como se tivessem impedido Pelé de disputar a Copa de 70 ou de fazer o milésimo gol. Vendo-o esvaindo-se dessa forma foi como testemunhar uma injustiça contra a qual nada pode ser feito. Um absurdo que nos permite até a confissão de outro absurdo: o de desejar que o tempo voltasse para avisa-lo do perigo, ou pelo menos, para dar uma ordem a ele: vai Senna, acorda Senna, levanta daí, ganha mais essa Senna.
Parte da culpa desta tristeza tem que ser deitada da conta do próprio Ayrton Senna, porque foi ele quem firmou a imagem de invencível, própria dos heróis que preferem o risco à sua segurança pessoal, como quando ele desafiava a implacável Lei da Inércia e trocava o conforto do asfalto liso pela adversidade da pista molhada. Abatido, agora, pela própria Lei da Inércia, deixa a saudade de um homem que era respeitado até quando não era querido. Que transformava seu país em pátria e devolvia aos compatriotas o orgulho do hino sempre que chegava ao topo do pódio.
Senna se vai derrotado por um muro, uma barreira física e imóvel e intransponível, até porque não havia homem que pudesse superá-lo em movimento. Até que esta barreira interceptasse sua trajetória, Senna era um gênio, agora Senna é um anjo...
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