Há um mês o Corinthians era campeão do mundo no estádio de
Yokohama, no Japão. Demorei este tempo
todo para tentar colocar no papel (ou na tela do computador) a emoção de
torcedora e as impressões enquanto jornalista.
Bom, da emoção é fácil falar. Começou quando fui ao
aeroporto na despedida do time junto com outros 14.999 pessoas. Depois foi
aumentado gradativamente conforme a proximidade do primeiro jogo. Na noite
anterior à partida contra o Al-Ahly só consegui pregar os olhos à meia-noite e
às 3h30 já não conseguia mais dormir. Tive um sonho em que o Corinthians
ganhava por 2 x 0, gols de Sheik e Danilo. Fiquei confiante.
15 mil torcedores no aeroporto |
Aí começou o jogo e foi aquele sufoco. Aquele 1 x 0 sofrido
à la Corinthians me deixou com muito medo do que estava a caminho. Jogando
daquele jeito seríamos presas fáceis do Chelsea. Só fiz esta confissão aos mais
próximos, sem muito alarde, compartilhando com outros “loucos” o temor de um
chocolate histórico que daria aos antis motivos de sobra para muitas gozações.
Nem preciso falar que depois de ver o Chelsea destruir o Monterrey
tive certeza de que no próximo domingo as coisas seriam bem difíceis. Daqui do
Brasil queríamos sentir que os jogadores acreditavam. Eu, no fundo do coração,
achava que o Tite ia dar uma sacudida daqueles e jogaríamos bem como contra o
Boca na final da Libertadores.
São Paulo parou na véspera. Na minha rua os fogos começaram
às 23h do sábado e só pararam às 18h da segunda-feira. É, acho que moro num bairro literalmente de “loucos”.
Tinha decidido que não veria o jogo sozinha. Ser a única
corinthiana numa casa de santistas não é fácil. Reuni uma turma pé quente e
fomos para um bar. E, tínhamos esperanças de, dali, partir para a festa na
Paulista. E não é que estávamos certos?!
Festa da torcida na Av. Paulista |
Não sei relatar todos os lances do jogo. A emoção fez com
que partes da partida simplesmente sumissem da minha memória. Mas lembro de
momentos decisivos e da aplicação tática da equipe. Não estávamos sofrendo com
as subidas de Alessandro e Fábio Santos, Cássio num dia de paredão, Chicão e Paulo
André disciplinadíssimo, Ralf e Paulinho estavam marcando bem, Danilo como
maestro regendo o time em campo, Jorge Henrique magistral na marcação, Sheik
azucrinando a zaga adversária e Guerrero querendo jogo. Roteiro perfeito para
uma vitória, certo? Certíssimo!
Mas, passando por cima da emoção – e do coração – admito que
embora não tenha o futebol mais empolgante do mundo, tal qual o Barcelona, o
Corinthians é uma equipe que erra pouco, marca bem e devido ao entrosamento
sabe jogar mesmo com as adversidades. E mais, tem um diferencial: Tite.
Torcedor de verdade enfrenta fila de 3h30 para ver as taças |
Sim, o técnico do alvinegro é, ao lado dos jogadores, o
grande responsável pelas últimas conquistas. Afinal, sabe motivar, cobrar,
brigar, amaciar o elenco na hora e na dose certa e, ao contrário de outros,
coloca o coração no que faz. E isso é um tremendo diferencial.
Trinta dias depois da conquista máxima do clube, a equipe do
Parque São Jorge, agora reforçado, é o time a ser batido em 2013. A torcida,
obviamente, quer um ano tão feliz quanto 2012.
Não será tarefa fácil, mas com pés nos chão e cabeça no
lugar – e isso Tite sabe administrar – pode ser que 2013 seja, de novo, o ano
do Timão. E por que não?!
#VaiCorinthians
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