sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Pagando o Pato!

Todo time tem ou terá na sua história o chamado 'bonde". No passado, o termo era usado para criticar a contratação por muito dinheiro de um jogador que não valia tanto.

Há casos, como o de Leônidas da Silva que, chamado de bonde, chegou ao São Paulo e transformou o time numa equipe vencedora no fim da década de 40 e início dos anos 50. 

Corinthians continuará pagando salário e aluguel de mansão do jogador


Entretanto, na maioria das vezes, o bonde é mesmo só um trambolho que fica na equipe ganhando dinheiro e não ajudando em nada.

Corinthians teve alguns bondes clássicos, como Garrincha — com todo respeito ao maior jogador da minha opinião, mas já estava sem condições alguma de jogar quando foi para o Coringão —, Souza, Adriano e agora Alexandre Pato.

Se dimensionarmos apenas em questões financeiras, Pato é de longe o maior bonde da história do Corinthians. Comprado por R$ 40 milhões fez pouco, muito pouco. Isso até não seria um "problema", desde que ao menos mostrasse um mínimo de interesse e vontade em jogar bola. Mas não. O único interesse do atleta parece ser querer ganhar dinheiro às custas do clube.

Os protestos da torcida por sua passividade são totalmente corretos. Até porque, no Timão, algumas qualidades são essenciais: garra e força de vontade. No entanto, nesses meses no Parque São Jorge, Pato só se manteve "tranquilo" como ele cansa de repetir em suas entrevistas coletivas.

Ao que parece foi um dos responsáveis por ajudar a diretoria corintiana na demissão do Tite. Segundo ele, não jogava porque o técnico não gostava de sua pessoa. Mas não é para menos. Se algo que podemos imputar a Tite sempre foi a questão de colocar em campo aqueles que por merecimento e resultados estavam bem. E isso, poucas vezes aconteceu com Pato no período.

Nos bastidores, todos sabem que o pênalti mal batido pelo bonde de R$ 40 milhões na decisão contra o Grêmio na Copa do Brasil foi uma puxada de tapete contra Tite. Mais que isso, rendeu uma das cenas onde o elegante treinador perdeu a compostura e, com dedo em riste, declarou: 'Você é moleque e não joga mais no meu time". E não jogou. Só entrou quando não havia atletas disponíveis.

Também sabe-se, à boca pequena, que um atleta mais antigo do elenco partiu para cima de Pato nesta ocasião, mas foi contido pelos companheiros. E com razão. A vida do clube teria sido outra se ele tivesse decidido como poderia.

Nem vamos falar do racha que ele causou em sua chegada. Individualista, não se manteve próximo do grupo e foi boicotado pelo resto do elenco. Da arquibancada dava para perceber.

Longe de apontá-lo como o único responsável pela má fase alvinegra, também não podemos deixar de imputar sua parcela de culpa pelo momento. Até sua chegada, o Corinthians era uma equipe unida. Depois disso...

O fato revoltante na situação é a falta de percepção dos dirigentes sobre o perfil do atleta. Pato nunca teve a "cara do Corinthians". E isso é importante no time do povo. Gastou-se com ele um dinheiro que poderia ter sido usado para aquisição de outro grande nome, como o de Tévez, que além de mais barato já tinha uma relação com a torcida e, de longe, é muito mais jogador.

Essa transação de empréstimo do jogador para o São Paulo mostra que o Corinthians continuará pagando o Pato. Além de reforçar um dos principais adversários, vai desembolsar metade dos salários do atleta e, pasmem, pagar o aluguel de sua confortável mansão pela bagatela de R$ 40 mil mensais.

Aí fica a dúvida, a diretoria do clube é tão ingênua ou gosta de gastar dinheiro à toa? Porque com toda essa soma, a vida do clube poderia ser outra. O fato é que, com tantos erros no caminho, o torcedor continuará revoltado em continuar pagando o Pato!

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