quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A violência venceu a inteligência

A cada semana que passa fica mais claro que o time que tinha aprendido a errar menos — em campo e nos bastidores — está se afundando em suas próprias más escolhas.
Se há cinco anos o clube saía da segunda divisão para conquistar o mundo, usando o bom senso nas contratações e em suas decisões, desde o fim do ano passado parece ter perdido o compasso.

Paulo André deixa o Corinthians após ameaça das organizadas

A diretoria rachou. Gobbi perdeu apoio e começou a mandar sozinho no clube. E aí o Corinthians foi desmoronando como um castelo de cartas.

O primeiro grande erro ocorreu ainda em julho, quando o clube não se preparou para a saída de Paulinho. Era evidente que após a Copa das Confederações ele seria negociando. Em vez de aproveitar o fato de Elias estar dando sopa, o clube preferiu "economizar" e ficou sem nenhum dos dois...E isso matou o esquema vencedor de Tite.

O elenco corinthiano além de envelhecido, contava com o brilhantismo do craque Paulinho. Ao perdê-lo, ficou sem brilho, criatividade e foi esmorecendo jogo a jogo.

Sim, Tite teve sua parcela de culpa. Indicou jogadores ruins para complementar o elenco, apostou em Emerson em má fase e teve o azar de ter um grupo esfacelado por contusões. 
Mas sua saída do clube, embora fosse natural depois de um período tão vitorioso, foi traumática. A puxada de tapete de Gobbi articulada com Mano Menezes é de envergonhar.

A chegada de Mano mostra que Gobbi está preso ao passado. O técnico não é o mesmo que tirou o time da segunda divisão. E, no fim das contas, acabou desajustando a equipe, deixando-a ainda mais vunerável.

No penúltimo capítulo dessa triste história, está a invasão ao CT do clube que, ao que tudo indicada segundo os jornais de hoje, foi autorizada pela própria diretoria. Após as cenas de vandalismo e as ameaças, os jogadores foram abandonando o barco: Douglas, Pato e agora Paulo André.

De todas essas despedidas, a do zagueiro é a mais injusta. Há tempos estava sendo perseguido dentro e fora do clube por ser uma das cabeças pensantes do movimento Bom Senso.

Para aqueles que sempre viveram à sombra de que no Parque São Jorge a falta de inteligência entre os jogadores impera, parece que não souberam lidar com um jogador politizado e com intelectualidade acima da média.

No fim das contas, as ameaças e a violência marcaram mais um ponto. Paulo André deixa o clube não só porque vivia má fase, mas porque ousou criticar as estruturas envelhecidas deste futebol de sesmarias. A verdade é que, de novo, a violência venceu a inteligência.

E quem sai perdendo? É você, torcedor, que insiste em manter a postura de 20 anos atrás! 


P.S. Torço muito para que possamos ter muitos Paulo Andrés por aqui. Chegou a hora dessa moçada aprender a dar valor a outras coisas no futebol. 


P.S.2. Ao Zica das Artes desejo muito boa sorte. Você era demais para  falta de cérebro da nossa torcida!



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