sexta-feira, 7 de junho de 2013

Futebol é mais que bola rolando ... Provam os rebeldes

Na noite da última quinta-feira (6/6), ocorreu a abertura do Cinefoot, festival de cinema de futebol, no Museu do Futebol, em São Paulo. Um prato cheio para quem ama filmes sobre o esporte.
 
No entanto, além de iniciar o evento com um filme sensacional "Os Rebeldes do Futebol", dos franceses Gilles Peres e Gilles Rof, houve uma emocionante homenagem ao Dr. Sócrates.



Juca Kfouri, Carlos Caszely, Wladimir e Raí 

Você não precisa ser corintiano para admirar o Magrão. Até porque, ele foi parte da alma da inesquecível Seleção de 82. Só por isso basta. Entretanto, Sócrates fez  parte do movimento mais político do futebol brasileiro, encabeçando a Democracia Corinthiana que, como diz a jornalista Marília Gabriela, foi o momento em que "o futebol ficou inteligente".

O brasileiro é um dos personagens do filme da noite. E é daqueles que recomendo assistir, porque ali você vê como outros quatro jogadores de futebol usaram sua influência para movimentar o torcedor para as questões políticas em seus países.

A película mostra como o chileno Carlos Caszely, o marfinense Didier Drogba, o argelino Rached Mekhjouf e o bósnio Pedrag Pasic mudaram a história, provando, algo que sempre digo aqui, que política e futebol se entrelaçam tão seriamente que seria necessário criar uma disciplina para entender a força do esporte!

Todos os casos são emocionantes, mas o de Caszely, que esteve presente na abertura do festival em São Paulo, é um dos mais tocantes. Para quem não sabe, ele foi o único jogador da Seleção chilena que se negou a apertar a mão do ditador Augusto Pinochet antes do embarque para a Copa de 74. Em razão disso, a ditadura prendeu e torturou sua mãe, como uma forma de dar um recado para que o jogador não se pronunciasse mais contra o regime.

É tocante ver o relato da mãe do jogador que, posteriomente, ajudou o povo chileno a votar contra a continuidade de Pinochet em um plebiscito.

Não vou contar todas as histórias aqui. Só queria despertar em vocês a vontade de assistir o filme e refletir como o futebol pode ser uma importante arma para lutas sociais. É só saber mobilizar. Mas será que temos ainda em nossos gramados rebeldes como Sócrates, Drogba, Caszely, Mekhjouf e Pasic? Talvez, o último dos moicanos tenha sido romário, que hoje em outras esferas luta por mudanças!

No fundo, meu temor é que tenhamos apenas alienados com cabelos moicano, golas levantadas e fazendo dancinhas sem o menor sentido! 




Veja a programação do Cinefoot nas capitas das Copas das Confederações aqui

P.S. Quem puder, assista na próxima segunda (10/6), o documentário "Memórias do chumbo: o futebol nos tempos do Condor". Além de ter ganhado o prêmio, é uma baita lição de história sobre futebol, produzida pelo baita jornalista Lúcio de Castro, da ESPN Brasil!

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