Nunca uma tarde foi tão triste no Maracanã quanto aquela de 16 de julho de 1950. Afinal, decidíamos a final da Copa do Mundo em casa, com estádio lotado. O país vivia a euforia de, enfim, poder comemorar o título de maior futebol do planeta.
O otimismo generalizado dos brasileiros e a suposta superioridade da seleção canarinho davam a impressão de a taça Jules Rimet tinha destino certo para nossa prateleira de troféus. Bastava um empate com o Uruguai para soltarmos o grito de “ É campeão” .
As coisas pareciam estar no lugar, especialmente quando o Brasil abriu o marcador com Friaça. Nem deu tempo de comemorar, 19 minutos depois os os uruguaios empataram com Schiaffino. Apesar do balde de água fria, o título ainda era nosso.
Entretanto, há fatos no mundo da bola que não têm explicação. E quando ninguem esperava, numa bobeada da zaga brasileira, o uruguaio Ghiggia, que em vez de cruzar, como fez no lance do primeiro gol, enganou o goleiro brasileiro Barbosa e chutou direto, mandou a bola para o fundo da rede, virando o placar para o Uruguai.
O silêncio tomou o Maracanã.
A falta de modéstia, o salto alto e até o leve menosprezo para com o adversário tiraram a taça que esteve nas mãos do Brasil por 79 minutos. E jogaram no limbo da história Barbosa, o goleiro, que carregou nos ombros até a morte a culpa pelo fiasco de 22 jogadores.
Ainda hoje, 51 anos depois, ainda podemos ouvir com clareza o silêncio da derrota. A soberba de se vangloriar antes do tempo levou o Brasil a seu maior fiasco dentro de campo.
Não importa se Pelé, Garrincha, Gilmar dos Santos Neves, Nilton Santos e cia. Tenham levantado a taça 8 anos depois ou que hpje sejamos a rquipe com maito número de conquistas em Copa do Mundo. Sabe por quê? Porque aquele silêncio do Maracanazo permanece, deixando marcado na alma do torcedor o gosto amargo da derrota.
Um dia, quem sabe, os torcedores perdoarão Barbosa. E, só neste dia entenderemos que perder, faz parte do jogo!
P.S. E nos 51 anos do Maracanazo, o Uruguai eliminou a Argentina – de Messi, Higuain, Tevez e outras feras – da Copa América, criando mais um tabu, o Elefantazo.
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